A Polícia Civil segue a procura de pistas para tentar identificar os criminosos que se disfarçaram de policiais e roubaram um apartamento na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na manhã da sexta-feira (17). Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores é que o grupo teve o cuidado de usar luvas durante a investida.
A peça de proteção foi usada pelos ladrões para não deixar digitais no local do crime, dificultando o trabalho dos peritos e policiais. A coleta do material, confrontado com o banco de dados do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), poderia ajudar na identificação dos criminosos.
A ação aconteceu pouco antes das 6h. Cinco criminosos com camisas com o nome da Polícia Civil e armas em punho saíram de um carro, estacionado perto do Edifício Verde Mar, e renderam uma empregada doméstica. Em seguida, o porteiro também foi rendido.
O grupo, que também usava bonés e distintivos falsos, seguiu com a empregada até o 8º andar, onde invadiram o apartamento onde ela trabalha. Os patrões - um empresário e a mulher dele de 55 e 60 anos- estavam no imóvel e também foram rendidos, enquanto pertences eram recolhidos.
Em depoimento à polícia, o empresário afirmou que o apartamento foi todo revirado e que os criminosos questionaram onde estava guardado o cofre da família.
Ele chegou a ser amarrado com fita crepe e teve uma faca e arma de fogo apontada para o pescoço. Ainda foi agredido com uma rasteira e com uma pancada no rosto.
As vítimas disseram à polícia que o grupo levou uma grande quantidade de joias (sem especificar o número e possíveis valores), aproximadamente R$ 100 mil em dinheiro, um iPhone e um cartão do Banco do Brasil. As pessoas que estavam no apartamento ficaram trancadas em um quarto até a fuga deles.
A ação durou poucos minutos. Câmeras de segurança registraram o momento em que os bandidos estavam no elevador e também na sala do apartamento. As imagens foram repassadas e analisadas pela polícia.
POLÍCIA FAZ BUSCAS
A Polícia Militar informou que uma equipe do 19º BPM foi acionada para verificar a ocorrência. Disse também que as vítimas foram conduzidas até o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, onde a queixa foi registrada.
Neste sábado (18), o JC entrou em contato com a Polícia Civil para saber se algum suspeito havia sido preso. A assessoria informou que a Delegacia de Polícia de Roubos e Furtos segue realizando diligências sobre o caso. "Mais informações não podem ser fornecidas no momento para não atrapalhar o curso das investigações", disse a nota oficial.
De acordo com estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 6.192 queixas de crimes violentos contra o patrimônio no Recife foram registrados entre janeiro e abril deste ano. No mesmo período de 2023, a polícia contabilizou 7.243.
A SDS não disponibiliza os números separados por bairros, por isso não é possível saber se houve aumento das ocorrências em Boa Viagem, onde o crime ocorreu.