Mesmo com quatro meses em queda, Pernambuco segue em 3º entre estados com mais mortes no País

Entre janeiro e agosto deste ano, Estado acumulou 2.375 assassinatos. Só perdeu em quantidade para a Bahia e Rio de Janeiro, respectivamente

Publicado em 22/09/2024 às 16:21

A chacina ocorrida no município de Bezerros, no Agreste, - inclusive com a morte de uma criança de apenas 6 anos - expôs mais uma vez o alto índice de violência em Pernambuco. Apesar de registrar quatro meses consecutivos de queda, o Estado segue entre os líderes com maior número de mortes violentas intencionais.

Na lista atualizada mensalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, Pernambuco aparece em 3º lugar, perdendo apenas para a Bahia e o Rio de Janeiro, respectivamente. 

Entre janeiro e agosto deste ano, Pernambuco somou 2.375 mortes violentas intencionais - que englobam os homicídios, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e os óbitos decorrentes de intervenções das forças de segurança. 

Nesse mesmo período, a Bahia contabilizou 3.876 mortes. Mas há um fator peculiar para esse resultado tão elevado: 1.061 vidas foram perdidas durante ocorrências policiais. O número representa 27,37% do total. Em termos comparativos, Pernambuco somou 35 óbitos em ações das polícias. 

O Rio de Janeiro figura na vice-liderança entre os estados brasileiros com maior número de mortes violentas intencionais. Foram 2.437 registros entre janeiro e agosto deste ano. Desse total, 437 óbitos (17,9%) ocorreram durante intervenções policiais. 

Isso significa que se esse indicador fosse retirado do rol das mortes violentas intencionais, Pernambuco estaria em 2º lugar com maior número de assassinatos no País. 

REDUÇÃO DAS MORTES

Com 2.375 mortes somadas entre janeiro e agosto, Pernambuco conseguiu atingir uma redução de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 2.404 vidas foram perdidas por causa da violência. 

Essa queda foi possível graças aos números registrados entre maio e agosto, que foram inferiores aos acumulados em 2023. O governo estadual atribui o resultado às estratégias adotadas no programa Juntos pela Segurança, a exemplo do isolamento de lideranças de facções e das operações de repressão qualificada.

Em agosto, por exemplo, 271 mortes foram contabilizadas pela polícia. No mesmo período do ano passado, foram 302. O percentual de queda foi de 10,3%. Em maio, o índice de redução chegou a 11,6%.

Os números ainda continuam altos e reforçam que mais investimentos precisam ser feitos para barrar o avanço das organizações criminosas nos territórios, sobretudo as especializadas no tráfico de drogas e de armas de fogo. 

Na capital pernambucana, os dois últimos meses não apresentaram queda das mortes - apesar de ter sido uma variação pequena. 

Em julho deste ano, 52 pessoas foram assassinadas. Duas a mais em comparação com o mesmo período de 2023. Já em agosto, 51 homicídios foram somados. Um a mais do que o registrado no ano passado. 

META DO JUNTOS PELA SEGURANÇA 

A meta do Juntos pela Segurança é atingir uma redução de 30% nas mortes violentas intencionais ao final de 2026, comparando com os números registrados em 2022.

Além disso, esse mesma porcentagem de queda precisa ser atingida em relação aos crimes violentos contra o patrimônio, roubos e furtos de veículos e violência contra a mulher.

Para melhorar os resultados e diminuir o déficit histórico de profissionais da segurança pública, o governo estadual promete cerca de 7 mil contratações a partir do ano que vem - incluindo policiais militares, civis, peritos e do Corpo de Bombeiros. 

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