Mortes de suspeitos de integrar PCC expõem avanço de facção no Agreste de Pernambuco
Município de Casinhas, localizado a 131 km do Recife, é um dos afetados pelo domínio de criminosos especializados no tráfico de drogas
As mortes de três suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC), durante uma operação policial para prendê-los, expôs, novamente, o avanço da maior facção criminosa do País em municípios do Agreste de Pernambuco.
A operação, na manhã da terça-feira (10), aconteceu no município de Casinhas, localizado a 131 km do Recife. Lá, desde 2020, há confrontos entre criminosos do PCC, que agem com extrema violência, e policiais civis e militares.
Desta vez, equipes do 22º Batalhão da PM, além de unidades especializadas, foram até o Sítio Montado após receberem informações de que integrantes da facção com origem em São Paulo estariam no local. Já havia mandados de prisão em aberto contra eles por homicídios e roubos.
De acordo com a Polícia Militar, o efetivo foi recebido a tiros e, em legítima defesa, também atirou contra os criminosos. Dois suspeitos foram identificados como Jaílson da Silva Barbosa e Gabriel da Silva Freitas. O terceiro, apenas pelo apelido de "Chocolate".
Baleados, os três foram socorridos e encaminhados ao Hospital de Surubim, mas não resistiram aos ferimentos.
A Polícia Militar informou que foram apreendidos três armas de fogo (UMA PISTOLA .380 e dois revólveres calibre 38), munições, carregadores, maconha, crack, cocaína, colete balístico, caderno de anotações, entre outros. O material foi encaminhado à Delegacia de Surubim, que segue com as investigações.
CASINHAS VIVE SOB O MEDO
Município com cerca de 14,3 mil habitantes, segundo o Censo 2021, Casinhas vive sob o medo dos criminosos especializados no tráfico de drogas. Operações policiais para tentar frear o avanço do PCC ocorrem, ao menos, desde 2020, como vem sendo noticiado pelo JC.
Em maio daquele ano, o policial civil José Rogério Duarte Batista, de 56 anos, foi assassinado a tiros de fuzil, em Surubim, cidade vizinha, pela facção. Na época, ele investigava o tráfico na região e prometia prender os criminosos.
Em julho do mesmo ano, após investigações, a Polícia Civil deflagrou a Operação Lança Gloriosa, cumpriu quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pela 1ª Vara da Comarca de Surubim.
Apesar das prisões, a criminalidade continuou com presença forte em Surubim e Casinhas.
De janeiro a novembro deste ano, nove assassinatos foram contabilizados pela polícia em Casinhas. No mesmo período de 2023, foram seis.
Já em Surubim, 15 mortes foram somadas ao longo deste ano. Quatro a mais em comparação com o mesmo período de 2023. As estatísticas são da Secretaria de Defesa Social (SDS).
A coluna Segurança solicitou à Polícia Civil de Pernambuco um porta-voz para falar sobre a violência em Casinhas. A Corporação informou que iria se pronunciar apenas por nota oficial.
No texto, declarou que "operações como a de Repressão Qualificada Expugna e Operação de Intervenção Tática Anjo da Guarda reforçam o compromisso do Governo do Estado na redução da criminalidade e na garantia da paz para todos os pernambucanos".
As duas operações citadas, segundo a Polícia Civil, ocorreram em Surubim e em Casinhas, respectivamente.