Mulher trans é morta a facadas em casa de acolhimento no Grande Recife

Mirella Albuquerque, de 21 anos, estava internada havia quatro meses na unidade mantida pelo governo do Estado para tratamento de usuários de drogas

Publicado em 26/12/2024 às 11:14 | Atualizado em 26/12/2024 às 11:28
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Uma mulher trans foi morta a facadas em uma casa de acolhimento no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, nessa quarta-feira (25). O suspeito do crime, que também estava internado na unidade, conseguiu fugir antes da chegada da polícia. 

A vítima foi identificada como Mirella Albuquerque, de 21 anos. Ela estava internada havia quatro meses no centro de assistência social ligado ao programa Atitude, voltado ao tratamento de usuários de drogas, sob a responsabilidade do governo estadual. 

Poucos detalhes foram repassados sobre o crime. Em nota, a Secretaria Estadual de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas sobre Drogas disse apenas que acionou o Samu e a polícia para prestar socorro à mulher. 

"A vítima teve óbito constatado no local e o suspeito, também acolhido no centro, ameaçou a equipe e conseguiu fugir antes da chegada das forças policiais", disse o texto.

A pasta estadual não informou se a mulher trans e o suspeito tinham alguma relação. A Polícia Civil de Pernambuco foi questionada se o caso está sendo tratado como feminicídio, mas não respondeu.

Em nota oficial, a corporação declarou apenas que a Força Tarefa de Homicídios Metropolitana Sul registrou o homicídio no bairro de Santo Inácio. "Na vítima foram identificadas marcas de perfurações, causadas por arma branca. O caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios - Cabo de Santo Agostinho", disse. 

MIRELLA FAZIA CURSOS PARA MUDAR DE VIDA

Na manhã desta quinta-feira (26), familiares estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, para liberação do corpo. 

Eles contaram à equipe da TV Jornal que Mirella teve pouco contato com a família nos últimos meses, por causa do tratamento contra a dependência química. Ela só saia da unidade uma ou duas vezes por mês, sempre acompanhada de uma assistente social. Nesse período, iniciou cursos profissionalizantes, como o de técnica em enfermagem, para tentar mudar de vida. 

A Secretaria Estadual de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas sobre Drogas afirmou que "lamenta profundamente o ocorrido e esclarece que está prestando apoio à família da acolhida, bem como a equipe que segue no propósito de acolher as pessoas atendidas na unidade".

ESTATÍSTICAS

De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 22 pessoas identificadas como LGBTQIA+ foram mortas entre janeiro e novembro deste ano. No mesmo período de 2023, foram 27.

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