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Com principais eventos cancelados, Pernambuco espera lockdown surtir efeito

Além do tradicional São João de Caruaru, Estado deixará de realizar pelo menos outros 25 eventos, entre feiras, congressos e shows que ocorreriam no Centro de Convenções. Retomada depende de respeito ao isolamento social

Mona Lisa Dourado
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Mona Lisa Dourado
Publicado em 19/05/2020 às 9:00 | Atualizado em 23/06/2020 às 14:46
Foto: Ricardo Almoêdo
Por conta dos números do coronavírus a festa ficou inviável - FOTO: Foto: Ricardo Almoêdo

Como manda o bom senso, o São João de Caruaru foi cancelado. Ao menos a versão presencial, para evitar aglomerações. Há esperança de que um arraial online possa levar um mínimo de consolo a quem espera o ano inteiro pela festa. Seja como for, deixarão de circular na economia local os cerca de R$ 200 milhões que o evento costuma movimentar durante todo o mês de junho.

O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que ocorre tradicionalmente em julho, trilha o mesmo caminho. Falta apenas a confirmação oficial de governo e município, que não sabem informar a receita gerada pelo evento.

A Fenearte também deve adotar um novo formato, a ser anunciado nos próximos dias, para não deixar os artesãos ainda mais desamparados e sem alternativa de sobrevivência em meio à pandemia do novo coronavírus. No ano passado, a feira resultou em negócios da ordem de R$ 45 milhões.

>> Sem festa tradicional por causa do coronavírus, Caruaru comemora 163 anos com arrecadação de doações

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JC IMAGEM
Fenearte deve ter formato modificado para não deixar artesãos desamparados - JC IMAGEM

No Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon-PE), entre os eventos programados (feiras, congressos, shows – no teatro e na área externa), 23 ficaram para o segundo semestre, 16 foram reagendados para 2021, incluindo a Hotel & Food Nordeste, e outros 25 foram cancelados, caso da Cúpula Hemisférica dos Prefeitos e Governos Locais. Uma frustração de faturamento de R$ 700 mil apenas para o equipamento, sem considerar toda a cadeia de serviços ativada.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Hotel &Food Nordeste foi uma das feiras adiadas para 2021 - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

O sacrifício é geral e o prejuízo, sem precedentes, em qualquer lugar do mundo. Até o dia 10 de maio, as perdas do turismo já somavam R$ 1,78 bilhão em Pernambuco, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que contabiliza principalmente o impacto econômico da redução drástica (superior a 90%) do número de voos. No Brasil, o prejuízo é estimado em R$ 62,56 bilhões.

Foto: Centro de Convenções / Divulgação
Centro de Convenções de Pernambuco adiou 23 eventos para o segundo semestre, reagendou 16 para 2021 e canelou outros 25 - Foto: Centro de Convenções / Divulgação

Sem falar nos 300 mil empregos no setor que podem ser perdidos no País, também segundo a CNC. No Estado, não há projeção semelhante. No entanto, pesquisa do Departamento de Hotelaria e Turismo da UFPE junto ao trade de Porto de Galinhas apontou que pelo menos 40% dos trabalhadores dos hotéis já foram demitidos.

Poderia ter sido diferente? E se tivéssemos respeitado com mais rigor o isolamento social desde o início? Poderíamos estar começando a executar protocolos de retomada com segurança, em vez de endurecer medidas para não colapsar de vez? A experiência no ambiente controlado de Fernando de Noronha, que conseguiu barrar a transmissão vírus, parece apontar uma direção.

 

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Fernando de Noronha conseguiu barrar transmissão do novo coronavírus - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Mas enquanto disputas políticas trataram de esticar ao limite uma falsa dicotomia entre economia e saúde, perdemos tempo. Em vez de negar o óbvio, mais fácil, e rápido, teria sido fazer o que era preciso para combater o inimigo comum, que é um só: a covid-19.

Foi nela que países com forte crescimento da atividade turística, como é o caso de Portugal, focaram. É lá que as portas dos hotéis já vão começar a reabrir em junho, a tempo de aproveitar o verão europeu, para atenuar as perdas.

E nós? Seguimos, esgarçados, à espera de um porvir que ainda não se tem ideia de como será.

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Fenearte 2021 deve ter formato modificado para não deixar artesãos desamparados - FOTO:JC IMAGEM
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Hotel & Food Nordeste foi uma das feiras adiadas para 2021 - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Fernando de Noronha conseguiu barrar transmissão do novo coronavírus - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

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