A maior parte dos turistas em todo o mundo deseja viajar mais para compensar o tempo perdido com o isolamento social em 2020, mas 78% estarão mais propensos a procurar promoções e descontos. Segurança, opções sustentáveis, destinos mais perto de casa e que permitam levar os bichinhos de estimação, além de opções que combinem trabalho e lazer, estão entre as preferências.
Essas são algumas das tendências apontadas por uma pesquisa da Booking com 20.934 viajantes em 28 países sobre o futuro das viagens para o próximo ano e o futuro. No Brasil, foram entrevistadas 999 pessoas.
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No caso dos brasileiros, chama atenção o receio de viajar ainda em tempos de pandemia: dois em cada três (66%) dos turistas dizem que não vão se sentir confortáveis em fazer roteiros até que exista uma vacina ou tratamento para a covid-19.
Em contrapartida, para os que já se dispõem a viajar, a flexibilidade das políticas de cancelamento e alteração de datas sem custos são exigências que vieram para ficar.
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A maioria dos viajantes também vai procurar opções de destinos e hospedagens que permitam trabalhar a distância.
Quanto à acomodação, 43% dos viajantes brasileiros que buscam destinos perto de casa estão preferindo ficar em casas de temporada ou apartamentos, em vez de hotéis. Trata-se de uma grande mudança em relação a 2019, segundo a Booking, quando 60% dos viajantes do país preferiam se hospedar em um hotel.
No "novo normal" das viagens, 67% dos viajantes do País também dizem que evitarão atrações turísticas lotadas, numa indicação de que os destinos precisarão se adaptar para administrar o fluxo de pessoas, se quiserem continuar satisfazendo os viajantes.
"O ano de 2020 foi como nenhum outro. Ainda vai demorar um tempo até que as viagens voltem ao patamar de antes da pandemia. No entanto, tudo aponta para o papel fundamental e permanente das viagens em nossas vidas. As viagens continuam a trazer momentos de alegria e inspiração para pessoas de todo mundo nos momentos de incerteza”, diz o vice-presidente sênior e chefe de Marketing da Booking.com, Arjan Dijk.
Confira as 9 previsões traçadas pela empresa a partir dos resultados da análise:
SONHOS DE VIAGEM
A vontade de viajar não diminuiu com a quarentena. Pelo contrário. Dois terços (67%) dos viajantes brasileiros disseram que estavam animados para viajar de novo quando o período acabasse. Além disso, 8 em cada 10 brasileiros (86%) disseram que passarão a valorizar mais suas viagens. Os viajantes também indicaram que planejam fazer um número parecido de viagens domésticas e internacionais nos 12 meses após a suspensão das restrições de viagem em seus países, assim como fizeram no ano pré-pandemia.
A maioria dos turistas (65%) também quer conhecer novos destinos e, mais da metade (57%) dos brasileiros têm planos de fazer uma viagem para compensar uma data importante que passou batida devido à pandemia (como um aniversário ou casamento), enquanto 48% planejam reagendar uma viagem que teve que ser cancelada nos últimos meses.
VALOR VITAL
Os impactos financeiros da pandemia farão as pessoas buscarem alternativas mais econômicas: 84% dos viajantes brasileiros prestarão mais atenção ao preço na
hora de pesquisar e planejar suas viagens. Além disso, 78% estarão mais propensos a procurar promoções e descontos, um comportamento que deve permanecer por muitos anos.
No entanto, o valor buscado pelos hóspedes irá além dos preços. Afinal, 8 em cada 10 (82%) brasileiros dizem que esperam que as plataformas de reserva aumentem a transparência em relação às políticas de cancelamento, processos de reembolso e opções de seguro-viagem. Além disso, 36% dizem que contar com uma acomodação reembolsável será essencial para sua próxima viagem, e 40% sentem o mesmo em relação à flexibilidade de alterar datas sem que haja cobranças.
VIAGENS MAIS PERTO DE CASA
A busca por viagens locais aumentou, e, no futuro, ficar perto de casa vai continuar dominando os planos de viagem. Afinal, 44% dos brasileiros ainda planejam viajar dentro do próprio País daqui a 7 a 12 meses, e 32% planejam fazer isso daqui a mais de um ano.
Já em relação a viagens locais, 55% pretendem conhecer um novo destino na região em que moram; 59% querem passar a curtir a beleza natural da sua terra; e 63% planejam viajar para algum lugar – perto ou longe – que já conhecem, por esse ser um destino familiar.
Segundo a Booking, a demanda por acomodações que aceitam pets mais do que dobrou desde o começo das restrições de viagem. Da mesma forma, há uma tendência de renascimento das viagens de carro.
BUSCA DE VIAGENS COMO ESCAPE
A grande maioria dos viajantes brasileiros (98%) passou um tempo procurando novas inspirações para as férias durante a pandemia. Quase metade (46%) pesquisou por possíveis destinos de viagem pelo menos uma vez por semana. Para além das redes sociais, 46% dos brasileiros ainda recorrem à velha e boa conversa com amigos e parentes para estimular sua criatividade quando o assunto é viagens. Além disso, mais de um terço (35%) dos viajantes do país curtem a nostalgia de rever antigas fotos de viagem para ajudar a decidir sobre um destino futuro.
SEGURANÇA E LIMPEZA EM 1º LUGAR
Os viajantes brasileiros (91%) tomarão ainda mais precauções devido à pandemia e buscarão ajuda da indústria de viagem para se adaptarem ao novo normal. Com o aumento das expectativas, alguns destinos e empresas terão que trabalhar ainda mais para reconquistar a confiança dos viajantes. Afinal, 52% dos viajantes brasileiros vão passar a evitar alguns destinos, e 71% deles esperam que as atrações turísticas se adaptem para garantir o distanciamento físico.
Da mesma maneira, 81% dos brasileiros só vão reservar uma acomodação se tiverem clareza sobre as medidas de saúde e higiene que foram adotadas, e o mesmo número dará preferência a acomodações que tiverem produtos sanitários e antibacterianos.
Além disso, metade dos viajantes do País (53%) vai evitar o uso de transporte público por medo de contrair o coronavírus. Isso causará uma mudança de longo prazo na forma como as pessoas viajam para seu destino de férias e como circulam por lá. Mais pessoas passarão a utilizar carros para deslocamentos - alugados ou próprios.
MAIS CONSCIENTES DO QUE NUNCA
Como 7 em cada 10 (71%) viajantes brasileiros querem viajar de forma mais sustentável no futuro, é esperada uma conscientização ainda maior sobre o ambiente em 2021 e no futuro. Mais de 80% dos brasileiros esperam que a indústria de viagens ofereça opções mais sustentáveis. Consequentemente, as visitas a destinos alternativos se tornarão mais comuns para evitar viagens durante a alta temporada (52%) ou a lugares superlotados (59%). Isso também significa que 67% dos viajantes do País ficarão longe de atrações turísticas lotadas, uma indicação de que os destinos precisarão se adaptar para administrar de uma maneira nova e inteligente o fluxo de pessoas, se quiserem continuar satisfazendo os viajantes.
Além disso, o impacto da pandemia fez com que mais de metade (59%) dos viajantes brasileiros passassem a considerar reduzir o consumo de água e/ou reciclar plástico durante as viagens quando as restrições acabarem.
ADEUS AO HORÁRIO FIXO
Com o trabalho remoto tornando-se prática nas empresas, mais da metade (53%) dos hóspedes brasileiros já consideram reservar um lugar para ficar do qual também possam trabalhar. Além disso, 43% deles estariam dispostos a ficar em quarentena nos destinos se pudessem trabalhar remotamente de lá. Com isso, as plataformas de viagem e as acomodações passarão a destacar instalações para home-office, de forma a atrair essa nova onda de nômades digitais, e os trabalhadores vão aproveitar ao máximo as viagens que fizerem: mais de metade dos entrevistados brasileiros (58%) disseram que vão estender suas viagens de negócios para tirarem uma folguinha e curtirem o destino em que originalmente foram só para trabalhar.
SIMPLES PRAZERES
De acordo com a Booking, desde o início da pandemia, aumentaram as recomendações relacionadas a atividades como “fazer trilhas” (94%) e “descansar” (33%), assim como “aproveitar a natureza” (44%) e “respirar ar puro” (50%). Além disso, as pesquisas mostram que 3 em cada 4 viajantes brasileiros (76%) vão passar a apreciar experiências mais simples, como ficar ao arnlivre ou curtir a família durante as férias, enquanto mais da metade (56%) também buscará experiências menos conhecidas, em áreas rurais, para que possam curtir ao máximo a natureza.
Quanto à acomodação, 43% dos viajantes brasileiros que buscam destinos ‘perto de casa’ estão preferindo ficar em casas de temporada ou apartamentos, em vez de hotéis.
É uma grande mudança em relação a 2019, quando 60% dos viajantes do país preferiam se hospedar em um hotel. Viagens para relaxar também estarão no topo do ‘novo normal’ no mundo das viagens. Mais de metade dos brasileiros (55%) dizem que esse é seu tipo de viagem preferida, seguida por férias na praia (51%) e viagens urbanas (14%).
INOVAÇÃO TECH
A inovação tecnológica terá um papel essencial para restabelecer a confiança nas viagens, e 71% dos viajantes brasileiros já concordam que a tecnologia será importante para controlar os riscos à saúde em viagem. Além disso, 69% dizem que as acomodações vão precisar ter tecnologias de ponta para fazerem as pessoas se sentirem seguras, e 62% querem que existam opções tecnológicas que permitam que se faça reservas em restaurantes de última hora. Não só isso: 58% dos viajantes brasileiros querem poder contar com mais máquinas de autoatendimento, em vez de balcões de ingressos, e 67% também estão animados com o potencial da tecnologia para personalizar suas experiências de viagem no futuro.
As inovações que veremos no futuro vão trazer ainda mais mudanças, com o aumento de experiências online de viagem influenciando o comportamento e o planejamento de viagens futuras. Inclusive, 3 em cada 4 brasileiros (74%) se sentiriam mais confortáveis em visitar um destino desconhecido se pudessem dar uma olhadinha antes na região com a ajuda da realidade virtual (VR).
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