O turismo de Pernambuco ainda está a meio caminho de repor as perdas com a pandemia da covid-19. É o que aponta a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) publicada nesta quinta-feira (12) pelo IBGE. Apesar do avanço de 17,8% comparado a agosto, o setor amarga recuo de 47,5% ante setembro de 2019, pior variação entre os 12 Estados pesquisados. Na média nacional, a queda foi menos intensa, de 38,7%.
Quando se observa o acumulado de janeiro a setembro, Pernambuco tem o quarto desempenho mais baixo, com recuo de 43,7% (ante -38,8% no País). Já no acumulado dos últimos 12 meses, o Estado registra o segundo pior resultado, com -33,3%, à frente apenas do Distrito Federal (-35%).
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Em todo o Brasil, o turismo segue na lanterna da recuperação econômica. De acordo com análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o nível de atividade ainda se encontra 44% abaixo do verificado no primeiro bimestre de 2020, antes da pandemia. A situação do setor é, portanto, mais crítica que a do comércio (+11%), da indústria (+4%) e até mesmo da área de serviços como um todo (-9%).
Em oito meses (de março a outubro), a CNC calcula que o turismo brasileiro perdeu R$ 228,6 bilhões. Em Pernambuco, o prejuízo estimado é de R$ 6,5 bilhões. As maiores retrações são registradas em São Paulo (R$ 82,28 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 33,71 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, que concentram mais da metade (50,7%) do rombo do setor no País. “Embora menos intensas desde maio, as perdas levam o turismo a operar, atualmente, com apenas 29% da sua capacidade mensal de geração de receitas”, afirma o economista da CNC, Fabio Bentes.
Somente no segundo trimestre, a Confederação estima um saldo negativo de 49,9 mil estabelecimentos turísticos com vínculos empregatícios no País. Em Pernambuco, 1,2 mil empresas fecharam as portas no setor de março a setembro. Já os dados de emprego mostram que, nesses mesmos seis meses, 489,2 mil postos formais de trabalho foram eliminados no turismo – o equivalente a 13,5% da força de trabalho dessas atividades - , sendo 108,9 mil empregos formais destruídos no Estado.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a tendência é que os serviços em geral, com destaque para o turismo, sigam apresentando uma recuperação tímida até o fim do ano. “As medidas de estímulo à economia adotadas no auge da pandemia devem produzir impactos menos significativos daqui para frente”, afirma.
Na avaliação da CNC, a tendência é que o faturamento real do setor de turismo encolha 37,1% em 2020, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia somente no terceiro trimestre de 2023.
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