Férias escolares: veja como agitar a rotina de forma saudável e criativa
Dicas para não transformar a pandemia de covid-19 em uma epidemia de sedentarismo
O mês de julho costuma ser bastante agitado nas casas com crianças. As férias escolares podem ser, porém, um bom momento para incentivar a meninada a praticar esportes e, assim, influenciar os hábitos mais saudáveis. O ideal, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é que crianças e adolescentes acumulem 60 minutos de atividade física por dia, de moderada a vigorosa. No entanto, é preciso ter cuidado com o tipo de exercício que essa criança praticará. As atividades podem ser feitas em casa ou em espaços especializados, como academias de ginástica e parque aquáticos. Isso irá depender de quanto a família pode investir e se tais estabelecimentos estarão liberados para funcionar tendo em vista a pandemia da covid-19.
Se for fazer atividades em casa, a dica é improvisar brincadeiras mais ativas dentro de casa, como pular corda, bambolê, amarelinha, circuitos com obstáculos, caminhar sobre a linha, vôlei de balão e esconde-esconde. Outra opção são as aulas de dança online, que são boas para todas as idades. O importante é se movimentar, pois a prática regular de atividades físicas fortalece o sistema imunológico, previne a obesidade e tem até ação anti-inflamatória. Um super combo, ainda mais em tempo de covid-19.
Mas se os espaços forem apertados demais nas casas ou apartamentos, um opção segura pode ser recorrer a clubes de natação ou academias de ginástica. No Recife, por exemplo, o Instituto do Movimento oferece atividades físicas funcionais voltada para o público kids. E nessas férias está com uma colônia de férias até o dia 29 de julho. A cada semana são criados exercícios novos, todos com o tema das Olimpíadas. Sendo, assim, crianças de 3 a 11 anos poderão praticar esportes coletivos, atletismo, e muito mais.
"A gente convida a criança a agachar, correr, pular, escalar, brincar mesmo. Tem que ser de forma lúdica, sem forçar nada. Assim, brincando, a criança que tem medo de altura, por exemplo, consegue vencer essa barreira através de desafios. Praticar exercício traz autonomia, além de desenvolver coordenação motora, combater a obesidade e a ansiedade", explica do educador físico Sidnei Marques, coordenador da unidade Madalena do Instituto do Movimento.
Sidnei alerta que tem notado as crianças com um comportamento diferente do apresentado em outras colônias de férias. "Tem crianças que já estiveram com a gente em outras colônias e hoje dá para notar que estão um pilha de nervos. Muito por causa das aulas remotas, falta de socialização. Então algumas estão chegando com todo gás", conta.
O educador físico lembra ainda que a prática de exercícios não deve ficar restrita aos momentos de férias. "Quando a gente começa a ingressar com hábitos saudáveis quanto antes, a gente tende a passar mais tempo fazendo isso e levar para a vida adulta", pontua Sidnei. Ele ainda pondera que os pais devem ficar atentos para não transformar isso numa obrigação, pois a criança tende a criar um bloqueio. "Não pode forçar nada, ficar dizendo que o filho tem que fazer atividades porque precisa emagrecer. temos um caso de uma criança que vinha, mas não tinha uma alimentação saudável. Entçao sofreu tanta pressão por não perder peso que hoje não frequenta mais o instututo", lamenta.
Cuidados com a prática de exercícios
A ortopedista pediátrica Eliane Burity, do Hospital de Fraturas, no Recife, observa que apesar do indicativo para a prática de exercícios físicos na infância, duas coisas devem ser destacadas: o calçado correto e o tipo de esporte. Segundo ela, a prática de determinadas atividades na infância pode atrapalhar o processo de crescimento, criar deformidades musco-esqueléticas ou mesmo antecipar mal formações hereditárias.
"A partir dos seis meses as crianças já podem praticar exercícios na água. Depois, quando começam andar, por volta de um ano e meio, é bom fazer atividades mais lúdicas, que incentivem o tato, a socialização. A partir daí até o fim da adolescência os esportes e a dança são os mais indicados. Sempre exercícios sem carga, levantamento de peso", orienta Eliane.
A média ressalta que a busca por um corpo musculoso tem feito muitos adolescente irem para academia de musculação e isso pode ser altamente prejudicial para a estrutura óssea e muscular desses jovens. "Pegar peso só após os 17 anos, mesmo assim com baixa carga e mais repetições", explica.
Sobre os calçados, a ortopedista alerta que é preciso ter atenção aos tênis, pois a pisada errada pode causar lesões nos pés da criança. "Tênis é tênis, outros sapatos não são para praticar exercício. O uso do calçado errado pode gerar dor nos pés, problemas em calcâneo, entre outros reflexos em todo o corpo", alerta Eliane Burity.