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Quer liberar o estresse? Empreendedora do Recife cria a Sala da Raiva para visitante quebrar tudo

TV, garrafa de vidro, e muitos outros itens podem ser destruídos com marretadas

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Marília Banholzer

Publicado em 13/09/2021 às 18:09 | Atualizado em 13/09/2021 às 19:54
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Quem nunca sentiu vontade de quebrar tudo que atire a primeira pedra! O Brasil está entre os países com maior índice de estresse do mundo. Estudo feito pela Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse Brasil, em 2017, identificou que 70% dos brasileiros já apresentou sintomas de estresse. Então, que tal desestressar? Esta é a proposta da Sala da Raiva (@saladaraiva.explosion), um espaço criado na Av do Forte, bairro do Cordeiro, no Recife, com a ideia de permitir que os visitantes agendem um horário para quebrar tudo que verem pela frente, descarregando sua raiva.

A ideia não é nova. Em 2018 a Rage Rooom já era sucesso em Nova York (EUA), depois, em 2019, a empresa chegou em São Paulo. Mas no Recife a iniciativa é da empreendedora e psicoterapeuta holística Andressa Braga. Ela conta que estava assistindo a um filme em que o marido levava a esposa para um desses espaços onde se descarrega a raiva na bate da destruição.

"Achei interessante e fui pesquisar. Vi que existia de verdade no Japão, na Coreia, no EUA e até em São Paulo, mas não vi nada no Recife. Foi então que resolvi meter a cara e investir", conta Andressa. O espaço, montado numa sala comercial, foi aberto há menos de um mês, mas nesta segunda-feira (13) ganhou um forte aliado. A página de humor @recifeordinário, que tem mais de 1,2 milhão de seguidores no Instagram, republicou uma foto da fachada da Sala da Raiva em seus stories. Pronto. Foi o suficiente para os telefones de Andressa não pararem com muitas pessoas buscando informações e agendamentos.

"Meu dia hoje foi agitado. Se deixasse nem respirava. Isso viralizou demais, o telefone não para", celebrou a empreendedora. Segundo Andressa, a semana já está cheia de agendamentos, o que mostra como as pessoas estão precisando de um momento de descompressão. "Tem gente que marca pra si, que vem em dupla, em casal, tem muito homem trazendo a esposa para quebrar tudo. E eles chega saem leves, é muito divertido", conta Andressa.

Como funciona a Sala da Raiva

O interessado agenda um horário e precisa comparecer de calça, sapato e camisa. Dentro da sala há um macacão, óculos de proteção e demais equipamentos de proteção. O cliente assina um termo de responsabilidade de que existem riscos de vir a se machucar durante a quebradeira e escolhe o kit que irá destruir. Não existe tempo mínimo ou máximo para cada sessão. O kit mínimo é o que contém dez garrafas de vidro e custa R$ 10. O máximo compõe dois kits de garrafas e duas televisões e custa R$ 60.

"Algumas pessoas compram mais de um kit e a gente monta tudo na sala para que possam quebrar. Alguns destroem tudo com muita rapidez, porque estão realmente precisam desestressar, mas outros vão mais pela brincadeira de poder dar marretada e sair quebrando tudo. Se estiver sozinha, a pessoa demorar uns 20 minutos na sessão. Se estiver em dupla chega a uns 40 minutos", observa Andressa. O espaço é acolchoado e o visitante pode escolher a cor da luz na sala e a música que irá tocar - geralmente a escolha é heavy metal.

Entre os objetos que podem ser quebrados estão TV's, impressoras, ventiladores, entre outros eletroeletrônicos. Há ainda ideia de ampliar o leque comprando outros itens e até colocando manequins com as fotos de políticos. "Já me deram a ideia de colocar com a imagem de Bolsonaro e de Lula. Achei interessante", diverte-se Andressa, da Sala da Raiva. Todo o material usado é adquirido junto pessoas que trabalham com materiais recicláveis. Os restos "mortais" dos equipamentos são devolvidos para que possam servir para a reciclagem.

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