A melhor dieta para emagrecer de forma saudável é a alimentação consciente
Em vez de seguir dietas restritivas ou modismos alimentares, a chave está em ouvir o próprio corpo e fazer escolhas informadas e equilibradas
No atual cenário de dietas e protocolos alimentares, muitas pessoas se sentem confusas e desorientadas. O alvoroço das redes sociais frequentemente promove estratégias e restrições alimentares que nem sempre são eficazes ou saudáveis.
Um dos principais mitos é a ideia de que dietas restritivas são a solução para a perda de peso. Mas a realidade é que manter uma alimentação saudável, que entre outras coisas promove o emagrecimento, não requer terrorismo alimentar.
As dietas restritivas não são a solução para emagrecer
Sophie Deram, autora de Pare de Engolir Mitos – Como as novas descobertas da nutrição podem nos orientar em meio a modismos, desinformação e pseudociência, critica a abordagem das dietas restritivas.
Para ela, essas dietas podem levar à perda de conexão com o próprio corpo e promover uma relação negativa com a alimentação. "Essas crenças fazem a gente perder a conexão com nosso corpo e terceirizar a alimentação para profissionais de nutrição", diz a especialista.
Sophie defende a abordagem do mind eating, que promove uma nutrição consciente, focada não apenas na fome e saciedade, mas também na vontade e escolhas alimentares.
Ela ressalta que "uma nutrição consciente tem ciência e consciência", e critica a prática de eliminar completamente nutrientes como as gorduras, que são essenciais para a saciedade e prazer alimentar.
O mito das calorias e a culpa de comer
Outro mito comum é a ideia de que a contagem de calorias é a chave para emagrecer. Sophie explica que "o corpo não vai aceitar da mesma maneira 150 calorias de refrigerante como aceita 150 calorias de uma salada de pepino".
Para ela, é fundamental cuidar do que se coloca no prato, e não apenas focar na quantidade de calorias.
Além disso, Sophie aborda a questão da culpa associada à alimentação. "Livrar-se da culpa é limpar o seu hard disk das crenças negativas sobre a alimentação, fazer as pazes com a comida e entender que não existe o tal alimento que, sozinho, engorda", afirma.
A culpa alimentar pode afetar negativamente a digestão e contribuir para um comportamento alimentar prejudicial.
Hábitos alimentares saudáveis e a digestão
O foco na digestão adequada é enfatizado pela nutricionista Alessandra Luglio, que aponta que problemas como moleza, memória fraca e ansiedade podem ser sinais de uma relação ruim com a comida.
Ela alerta que o padrão mecanizado das dietas muitas vezes "abafa os sinais do corpo" e recomenda ouvir os sinais naturais, como a sensação de plenitude após as refeições.
A servidora pública Andréia Gomes da Silva, de 51 anos, compartilha sua experiência com a alimentação consciente, enfatizando a importância de comer "comida de verdade", diversificada e fresca.
Ela menciona que a má digestão pode levar ao surgimento de doenças e que, após uma jornada de dietas restritivas e compulsão alimentar, ela finalmente encontrou equilíbrio através da alimentação consciente.
Alimentos que casuam inflamação?
Alessandra Luglio também critica o conceito de alimentos inflamatórios, explicando que "um ingrediente sozinho não tem o poder de inflamar ou desinflamar".
Ela ressalta que a diversidade alimentar é mais benéfica do que focar em alimentos específicos como inflamatórios. Em relação à suplementação, Alessandra aponta que, se a dieta for diversificada e rica em alimentos naturais, a necessidade de suplementos é reduzida.
"Não é o feirante nem o produtor rural que está pagando blogueiras e profissionais de saúde para vender pílulas, mas a indústria farmacêutica", sublinha.
Como escolher os alimentos
Desenvolver um senso crítico em relação às informações alimentares disponíveis é crucial para uma alimentação consciente. Sophie Deram sugere que "o alimento mais saudável é aquele que agrada o seu paladar e deixa você satisfeito e feliz".
Alessandra complementa que a alimentação deve ser personalizada, destacando que "comer é individual" e que dietas padronizadas não funcionam igualmente para todos.
No supermercado, é recomendado ler os rótulos para evitar produtos altamente refinados. "O segredo é migrar para o natural, ajustar porções e se sentir bem", conclui a especialista.