A melhor dieta para emagrecer de forma saudável é a alimentação consciente

Em vez de seguir dietas restritivas ou modismos alimentares, a chave está em ouvir o próprio corpo e fazer escolhas informadas e equilibradas

Publicado em 02/08/2024 às 11:03

No atual cenário de dietas e protocolos alimentares, muitas pessoas se sentem confusas e desorientadas. O alvoroço das redes sociais frequentemente promove estratégias e restrições alimentares que nem sempre são eficazes ou saudáveis.

Um dos principais mitos é a ideia de que dietas restritivas são a solução para a perda de peso. Mas a realidade é que manter uma alimentação saudável, que entre outras coisas promove o emagrecimento, não requer terrorismo alimentar.

As dietas restritivas não são a solução para emagrecer

Sophie Deram, autora de Pare de Engolir Mitos – Como as novas descobertas da nutrição podem nos orientar em meio a modismos, desinformação e pseudociência, critica a abordagem das dietas restritivas.

Para ela, essas dietas podem levar à perda de conexão com o próprio corpo e promover uma relação negativa com a alimentação. "Essas crenças fazem a gente perder a conexão com nosso corpo e terceirizar a alimentação para profissionais de nutrição", diz a especialista.

Sophie defende a abordagem do mind eating, que promove uma nutrição consciente, focada não apenas na fome e saciedade, mas também na vontade e escolhas alimentares.

Ela ressalta que "uma nutrição consciente tem ciência e consciência", e critica a prática de eliminar completamente nutrientes como as gorduras, que são essenciais para a saciedade e prazer alimentar.

O mito das calorias e a culpa de comer

Outro mito comum é a ideia de que a contagem de calorias é a chave para emagrecer. Sophie explica que "o corpo não vai aceitar da mesma maneira 150 calorias de refrigerante como aceita 150 calorias de uma salada de pepino".

Para ela, é fundamental cuidar do que se coloca no prato, e não apenas focar na quantidade de calorias.

Além disso, Sophie aborda a questão da culpa associada à alimentação. "Livrar-se da culpa é limpar o seu hard disk das crenças negativas sobre a alimentação, fazer as pazes com a comida e entender que não existe o tal alimento que, sozinho, engorda", afirma.

A culpa alimentar pode afetar negativamente a digestão e contribuir para um comportamento alimentar prejudicial.

 

Ilustração de um recipiente branco com vegetais
Optar por alimentos diversificados e frescos é a melhor opção para melhorar a digestão e a relação com a comida (Imagem: xiaobaiv | Shutterstock)

Hábitos alimentares saudáveis e a digestão

O foco na digestão adequada é enfatizado pela nutricionista Alessandra Luglio, que aponta que problemas como moleza, memória fraca e ansiedade podem ser sinais de uma relação ruim com a comida.

Ela alerta que o padrão mecanizado das dietas muitas vezes "abafa os sinais do corpo" e recomenda ouvir os sinais naturais, como a sensação de plenitude após as refeições.

A servidora pública Andréia Gomes da Silva, de 51 anos, compartilha sua experiência com a alimentação consciente, enfatizando a importância de comer "comida de verdade", diversificada e fresca.

Ela menciona que a má digestão pode levar ao surgimento de doenças e que, após uma jornada de dietas restritivas e compulsão alimentar, ela finalmente encontrou equilíbrio através da alimentação consciente.

Alimentos que casuam inflamação?

Alessandra Luglio também critica o conceito de alimentos inflamatórios, explicando que "um ingrediente sozinho não tem o poder de inflamar ou desinflamar".

Ela ressalta que a diversidade alimentar é mais benéfica do que focar em alimentos específicos como inflamatórios. Em relação à suplementação, Alessandra aponta que, se a dieta for diversificada e rica em alimentos naturais, a necessidade de suplementos é reduzida.

"Não é o feirante nem o produtor rural que está pagando blogueiras e profissionais de saúde para vender pílulas, mas a indústria farmacêutica", sublinha.

 

Ilustração de pessoas segurando diferentes tipos de talheres
Comer é um ato individual, por isso as dietas nem sempre funcionam da mesma forma para todo mundo (Imagem: Bibadash | Shutterstock)

Como escolher os alimentos

Desenvolver um senso crítico em relação às informações alimentares disponíveis é crucial para uma alimentação consciente. Sophie Deram sugere que "o alimento mais saudável é aquele que agrada o seu paladar e deixa você satisfeito e feliz".

Alessandra complementa que a alimentação deve ser personalizada, destacando que "comer é individual" e que dietas padronizadas não funcionam igualmente para todos.

No supermercado, é recomendado ler os rótulos para evitar produtos altamente refinados. "O segredo é migrar para o natural, ajustar porções e se sentir bem", conclui a especialista.

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