O arquiteto e ex-participante do Big Brother Brasil 20 Felipe Prior é acusado de dois estupros e uma tentativa de estupro, segundo reportagem investigativa da Revista Marie Clarie. Os três casos relatados envolvem uma conduta violenta de Prior no ambiente universitário entre 2014 e 2018. As denúncias foram protocoladas no último dia 17 de março, resultado de uma investigação da advogada criminalista Maira Pinheiro, que começou a localizar as vítimas em janeiro deste ano, quando o arquiteto entrou no reality.
As três mulheres envolvidas tiveram suas identidades preservadas. A primeira relata que aceitou uma carona de Prior após um evento universitário, os jogos universitários das faculdade de arquitetura e urbanismo de São paulo, chamados de InterFAU. Ela se descreveu como "bastante alterada" na ocasião, após o consumo de bebida alcoólica. Segundo seu depoimento, Felipe parou o carro em uma rua e começou a beijá-la e passar a mão por seu corpo, sendo ainda arrastada para o banco de trás. Lá, Felipe forçou a relação sexual, com a moça falando que não e sem conseguir oferecer resistência. Prior teria reagido aos gritos e continuado o ato.
Segundo a acusação, a violência relatada causou uma dilaceração em seu lábio vaginal, ocasionando um sangramento intenso, que teria feito o arquiteto cessar a violência. Ele teria chegado a oferecer levá-la ao hospital, mas a moça pediu para ir para casa. Mais tarde, se dirigiu ao hospital com a mãe e escondeu a violência das médicas. Durante a semana, ela relata que teve dificuldades para andar e ir ao banheiro e posteriormente passou a ter sequelas psicológicas, como crises de pânico, chegando a atrasar dois anos da faculdade por não conseguir conviver com Prior.
O segundo caso teria acontecido em 2014, durante o mesmo evento universitário, realizado em Biritba Mirim, São Paulo. Prior teria se aproveitado do estado de embriaguez de mais uma mulher e a levou para sua barraca de camping. Ao perceber que não havia camisinha para o sexo, ela recusou a relação sexual, mas ele continuou insistindo, usando força física. A mulher conseguiu empurrá-lo e fugir da barraca.
O caso mais recente foi em 2018, também no mesmo evento. A conduta teria sido a mesma, com Prior levando uma mulher para sua barraca e iniciando uma relação sexual, dessa vez de forma consentida. Entretanto, Felipe começou a agir de maneira agrassiva e a moça pediu para interromper a relação, mas sem surtir efeito. Felipe agrediu-a com tapas, apesar dos relatos de dor da moça, além de imobiliza-la de costas no chão. Ela só conseguiu sair da barraca ao amanhecer, enquanto ele dormia. A situação foi testemunhada por pessoas na barraca ao lado.
Já ciente de alguns relatos, a organização baniu o acesso de Prior aos eventos, com o relato da terceira vítima sendo essencial para essa decisão. Até então, não haviam queixas formalizadas sobre os casos. Após surgirem algumas denúncias, a advogada Maira Pinheiro foi atrás das vítimas e testemunhas para formar a denúncia.
O crime de estupro é abordado no artigo 213 do código penal, classificado como hediondo, com a pena variando entre seis e 12 anos. Prior foi procurado pela Marie Claire, mas não se pronunciou sobre o caso. Seu assessor de imprensa apenas declarou que "isso aí é tudo mentira". Prior foi eliminado do reality na última terça-feira, em disputa com Manu Gavassi e Mari Gonzalez