Após a suspensão da exibição dos seriados Chaves, Chapolin e Chespirito, todos protagonizados e comandados pelo ator Roberto Gómez Bolaños, em diversos países da América Latina, um grupo de diversos fã-clubes decidiu se mobilizar em um abaixo-assinado. Com cerca de 24 mil assinaturas até então, o grupo pede que o impasse que tira as séries do ar pela primeira vez em 36 anos seja logo resolvido.
"Essa notícia vem justamente no ano em que o Chapolin completa seus 50 anos. Em 2022, será a vez do Chaves alcançar seu cinquentenário. E, apesar de tanto tempo, as obras de Chespirito seguem firmes e fortes como produto, em repercussão e no coração do público. Basta ver o enorme impacto que a notícia desta sexta-feira teve nas redes sociais", diz um trecho do documento. No Brasil, a exibição se dava pelos canais SBT e Multishow, além da plataforma de streaming da Amazon.
A suspensão da exibição dos programas se dá por um impasse entre a Televisa, emissora mexicana responsável pelos seriados, e o Grupo Chespirito, formado por herdeiros e responsáveis pelos roteiros de Roberto Bolaños. Veículos especializados apontam que o grupo não está satisfeito com os repasses feitos pela emissora, pedindo um aumento negado pela Televisa. " Uma história de enorme sucesso interrompida por uma disputa de bastidores, em que o maior prejudicado é o fã, limitado de poder acompanhar suas séries preferidas.", lamenta o abaixo-assinado.
O SBT, pioneiro na exibição dos seriados, informou na última sexta-feira que deixaria de exibir os programas por conta do imbróglio. Segundo o documento, houve uma notificação por parte da Televisa, rede mexicana detentora dos direitos de Chaves, Chapolin e Chespirito, de que há um "problema pendente a ser resolvido com o titular dos direitos das histórias". Ainda segundo a emissora, havia apenas uma negociação verbal que garantia a continuação da exibição. O jornal SBT Brasil foi encerrado com a notícia do fim da transmissão.
A atriz Florinda Meza, intérprete da Dona Florinda em Chaves e viúva de Roberto Bolaños, lamentou a situação em suas redes sociais. Ela diz não ter sido convocada para as negociações, de forma inexplicável. "Quando o mundo mais precisa de diversão, fazer isso é uma agressão às pessoas", afirmou. Florinda ainda criticou a emissora, acusando "executivos sem visão" de tentar manchar a imagem de Bolaños.
"Este ato incompreensível chuta sua memória e aquilo que ele mais respeitava: o público", relatou, afirmando ainda que os programa faz parte do DNA da população da América Latina. Ela ainda classificou como pouco inteligente a situação, visto o alto retorno que os programas dão.