Uma das rivalidades mais antigas (e conhecidas) dos desenhos animados ganha um live-action nas telonas para chamar de seu. Tom & Jerry: O Filme tem estreia nacional marcada para o próximo dia 18, mas já entra em circuito a partir desta quinta-feira (11) — inclusive no Grande Recife — em sessões antecipadas.
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Baseado nos famosos personagens criados por William Hanna e Joseph Barbera, com direção de Tim Story, coube a Kevin Costello escrever o roteiro que leva o famoso gato Tom e seu arqui-inimigo, o rato Jerry, para os cinemas num formato que une animação e atores de verdade, como Chloë Grace Moretz, Michael Peña, Rob Delaney, Colin Jost e Ken Jeong.
Na história inédita, que tem Nova York como cenário, Jerry se muda para o melhor hotel da cidade na véspera do "casamento do século" entre Preeta (Pallavi Sharda) e Ben (Colin Jost), forçando a desesperada organizadora do evento, a jovem Kayla (Chloë Moretz), a contratar Tom para se livrar do roedor. A batalha de gato e rato, porém, ameaça destruir a carreira dela, o casamento e até o próprio hotel. Mas logo surge um problema ainda maior: Terrence (Michael Peña), um funcionário diabolicamente ambicioso, que conspira contra os três.
Criada originalmente em 1940, na chamada "era de ouro da animação americana", todos sabem que a animação Tom & Jerry se resume à rivalidade eterna entre um gato doméstico e um rato. Dotados de características antropomórficas (animais com aparência e/ou comportamentos humanos), não é nenhuma novidade que Tom pensa em vários "planos infalíveis" para arruinar Jerry, que se revela esperto e, em certas atitudes, até "cruel" com seu inimigo. E essa essência é mantida neste filme de Tim Story.
Todavia, em 2021, para quem cresceu acompanhando os desenhos, que tinham em média de oito a onze minutos, um aspecto pode incomodar ao longo da cerca de 1h40 de filme: Tom e Jerry — creditados no longa como "eles mesmos" — seguem sem o dom da fala, enquanto outros bichos em cena falam. Esse silêncio dos protagonistas, que se viram com mímicas ou, no máximo, gritos, seriam aceitáveis num curta. Num longa-metragem como este, resulta num ponto negativo.
Ainda que pese a falta de voz, Tom & Jerry: O Filme tem um ritmo interessante. A narrativa fácil possui o poder de cativar toda a família, visto que os adultos podem se entreter com a leve história "dos humanos", enquanto as crianças, com as cenas animadas dos protagonistas, gerando gráficos coloridos e hipnotizantes para a garotada.
Carregando o lema "piores amigos, melhores inimigos", é curioso acompanhar a leve redenção de Tom e Jerry quando deixam as brigas enormes de lado para tentar consertar os problemas das pessoas que eles prejudicaram. A trégua do gato e rato, porém, assim como vemos nos desenhos, acaba logo, e as confusões recomeçam.
Sem qualquer nostalgia, Tom & Jerry: O Filme se mostra um bom entretenimento para a criançada que, em meio a uma pandemia, está carente de novidades no cinema. Este longa, então, preenche um pouco esta lacuna. E, se tiver paciência, um aviso: tem uma cena pós-créditos.
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