Relembre as polêmicas do BBB21 envolvendo pautas como racismo, LGBTfobia, machismo e xenofobia
Programa da Globo pautou debates na sociedade e gerou polêmica por atitudes de participantes
O Big Brother Brasil vem, há duas décadas, pautando discussões que vão para além do campo do entretenimento e ressoam problemas atuais e estruturais da sociedade brasileira. Com a edição de 2021 não foi diferente. Desde sua estreia, em 25 de janeiro, o programa colocou no centro das discussões temas como racismo, homofobia, machismo, xenofobia e tortura psicológica, em alguns casos levando ao "cancelamento" de participantes, como foi o caso da rapper Karol Conká.
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Entre as primeiras pautas levantas, logo na primeira semana, esteve a questão da transfobia. Após uma ação de maquiagem de um patrocinador do programa, alguns homens se maquiaram, por sugestão de Caio, e criaram personagens femininos. Quando apresentaram as performances na sala, Lumena se sentiu incomodada e afirmou que aquele tipo de comportamento reforçava violências contra pessoas trans. Após o episódio, Caio chegou a cogitar sair do programa.
Uma conversa entre a cearense Kerline e o paulista Lucas Penteado, que terminou com ele afirmando que ela brincou com seus sentimentos, provocou conversas sobre a rejeição afetiva de pessoas negras e fora dos padrões. Na mesma semana, Lucas também foi acusado de machismo contra a participante.
Esta primeira, junto a outros comportamentos do ator na casa, após as festas, gerou uma série de atritos e Penteado chegou a ser tachado como "abusador" por Karol Conká. A rapper, que viria a se tornar a grande "vilã" da edição, iniciou então um emabte fervoroso contra Lucas. Uma das cenas mais emblemáticas se deu quando ele estava almoçando e a curitibana saiu do quarto do líder para "expulsá-lo". Uma parte significativa da casa apoiou Karol e Lucas se tornou cada vez mais escanteado.
Diante das várias atitudes de Karol Conká, que no programa ao vivo também xingou o participante, o público a acusou de praticar tortura psicológica. No dia 7 de fevereiro, após uma festa em que Lucas beijou o pernambucano Gilberto, assumindo-se bissexual, o clima na casa se tornou ainda mais pesado. O ator foi acusado de estar tentando se promover e teve sua sexualidade questionada por quase todos na casa, inclusive Lumena, figura que Lucas considerava uma aliada e referência. Lésbica, negra e candomblecista, como ele, a psicóloga lhe negou acolhimento quando ele solicitou.
Acuado e instável emocionalmente, Lucas apertou o botão do confessionário na manhã após a festa e pediu para sair do programa. Após a desistência do participante, Tiago Leifert disse no programa ao vivo que faltou "fair play" no jogo, o que levou Lumena às lágrimas. Fora do programa, Lucas foi muito acolhido e ajudou a pautar, também, a questão do preconceito contra bissexuais.
RESPEITA A MAMACITA
Uma das protagonistas (ainda que negativamente) do BBB21, Karol Conká foi acusada de uma série de falas preconceituosas, com afirmações consideradas transfóbicas (as participantes Sarah e Juliette também foram acusadas de reproduzirem preconceitos contra mulheres trans) e xenofóbicas.
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Ao imitar o sotaque de Juliette, que é paraibana, e se dizer educada porque era de curitiba, ela despertou reações revoltadas nas redes sociais. Quando foi eliminada, na quarta semana, a rapper foi questionada sobre a questão e disse não ter preconceito contra nordestinos (a pauta foi levantada outras vezes por Juliette, que chegou a apontar que Nego Di zombava do seu sotaque).
Após todos os "cancelamentos", Karol Conká tenta reconstruir sua carreira, que até então era símbolo de empoderamento e luta pelos direitos da minoria. Ainda dentro do programa, Karol teve sua participação cancelada em dois festivais, incluindo o Rec-Beat. No final de abril, a Globoplay vai lançar um documentário sobre a jornada pós-BBB da rapper, intitulado A Vida Depois do Tombo.
RACISMO E HOMOFOBIA
Um participante que causou polêmica com sua participação foi o cantor sertanejo Rodolffo. Nas primeiras semanas do programa, ele expressou não gostar de atitudes do pernambucano Gilberto. "Forçação de barra com gritinho e dancinha já tá chato", afirmou, o que foi entendido como reflexo de uma homofobia, já que o artista costumava sair dos ambientes em que o doutorando em Economia, que é gay, estava. Posteriormente, eles se tornaram aliados, até que romperam novamente a amizade por conta do jogo.
Ele foi mais uma vez acusado de perpetuar falas homofóbicas ao fazer uma piada com Fiuk, que estava usando um vestido. O cantor ainda perguntou à sister Sarah se seria possível um homem de vestido frequentar uma boate em Goiás. Confrontado posteriormente, ele chorou e se desculpou, afirmando que vinha de uma criação marcada por preconceitos.
O cantor voltou a ocupar as manchetes após fazer mais uma vez um comentário que evidencia as violências históricas contra o povo negro. Após receber a roupa do castigo do monstro, que era de homem das cavernas, Rodolffo afirmou que a peruca dada pela produção, descabelada e cheia de sujeira, parecia o cabelo de João. O professor ficou sem reação na hora, mas depois expressou toda a dor por causada pela fala, que perpetua vários casos de racismo sofridos por ele e a população preta no Brasil.
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O episódio causou comoção nacional e na noite que culminou com a eliminação de Rodolffo, Tiago Leifert fez uma intervenção no ao vivo explicando as razões pelas quais a fala dele era problemática e ofensiva. Após sair do programa, Rodolffo se desculpou novamente e recebeu livros antirracistas de Fátima Bernardes.
REUNIÃO
Após o término do programa, no começo de maio, todos os participantes devem se reunir para "lavar a roupa suja". De acordo com o site Notícias da TV, o programa Espelho, Espelho Meu se passará dentro da casa onde acontece o programa e contará com quase todos os participantes. A única incógnita é Nego Di, acusado de quebrar o contrato com a Globo. A atração deve ir ao ar no dia 8 de maio.
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