Música

Melim encara a arte de 'Djavanear' no álbum 'Deixa Vir do Coração'

Trio de irmãos de Niterói lançou nesta sexta-feira (11), nas plataformas digitais, um disco dedicado ao repertório do cantor e compositor Djavan

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Robson Gomes

Publicado em 11/06/2021 às 17:18
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Enquanto a música Sina fala que "gerar o som" é "como querer Caetanear o que é há de bom", os irmãos Diogo, Gabi e Rodrigo, da banda Melim, decidiram ir direto na fonte desta e de outras canções para "Djavanear" num álbum especial lançado nesta sexta-feira (11), véspera do Dia dos Namorados, nas plataformas digitais. Intitulado Deixa Vir do Coração (Universal Music, 2021), o disco traz 13 canções dedicadas ao repertório do alagoano Djavan.

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O trio de irmãos de Niterói (RJ) reuniu a imprensa remotamente no meio desta semana para conversar sobre este trabalho, que nasceu de maneira espontânea dentro de uma van, enquanto falavam de sonhos para a Melim. "Realmente, quisemos fazer algo que veio do fundo do nosso coração. [...] Esse projeto é para poder cantar, ser feliz cantando e poder homenagear o Djavan. Só de ter a honra de gravar as músicas dele — que é algo difícil de acontecer, dele liberar isso — já tinha sido um presente para nós, já estávamos super felizes. E ainda aconteceu o feat para deixar tudo mais especial ainda", celebrou Rodrigo Melim, que entrega a participação do homenageado na faixa Outono, escolhida como primeiro single do disco.

Produzido por ninguém menos que Max Viana, filho do Djavan, Diogo Melim contou qual foi o maior desafio do álbum: "O desafio maior é a responsabilidade de se propor a fazer isso. Porque uma coisa é você gostar [de um artista], outra coisa é, profissionalmente, se propor a fazer um álbum, cantando músicas do Djavan, e que são realmente complexas. [...] E o nome do disco se conecta nisso, acho que a verdade não tem perna curta, ela é verdade em todos os ângulos. Então, acho que de alguma maneira, o Djavan — com a inteligência e feeling dele — ele viu na gente, no projeto, algo muito real".

Num clima intimista de voz e violão, resgatando sucessos como Se, Acelerou, Samurai, Flor de Lis, Oceano, Lilás, Nem Um Dia (com a participação de Juliano Moreira), além de músicas não tão conhecidas do cantor e compositor alagoano, o álbum ganhou um desdobramento audiovisual nas plataformas digitais. "Como a obra do Djavan é muito densa, complexa, linda e fantástica, pensamos fazer em voz e violão, que é um mecanismo que estamos muito acostumados a usar na música e o público se identifica muito. O Brasil tem essa conexão com o acústico. Em um dia nós gravamos todas as músicas no ao vivo, decoramos um estúdio para ficar parecendo uma casa, e trazer esse ar aconchegante, e todas as músicas serão acompanhadas de vídeo", explicou Gabi Melim.

Com direção de Ricardo Melchiades, os clipes foram gravados no Reuel Studios, localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. A Melim irá disponibilizar os vídeos das faixas em blocos semanais no canal da banda no YouTube.

Rodrigo revelou que a escolha do repertório foi complicada: "Foi bem difícil. Existem muitas músicas que a gente gosta, muitas coisas que as pessoas gostariam de nos ouvir cantar, então foi difícil não deixar nenhuma música de fora. Deixamos algumas, infelizmente, devido à limitação da quantidade de músicas. Mas ao mesmo tempo que foi difícil, foi muito especial, porque fomos conhecendo mais coisas do Djavan". Para escolher uma música especial do disco para cada um, o trio acabou sendo unânime: o hit Eu Te Devoro.

LEGADO

Para Diogo, Deixa Vir do Coração não tem a intenção de limitar o imensurável legado musical do homenageado. "Muitas pessoas poderiam encarar isso como um 'resumo' da vida do Djavan aos nossos olhos. E não é isso. Na verdade, o Djavan tem uma obra muito vasta, de vários ritmos. Nós simplesmente seguimos a virtude de escolher músicas que gostamos, que influenciaram a nossa vida, nossa carreira, nosso som. Além das sugestões de Max Viana e Juliano Moreira, nosso guitarrista, de onde tiramos canções que não conhecíamos", ressalta.

Além disso, o trio acredita que pode apresentar e perpetuar o repertório de Djavan para a nova geração. "A galera mais nova precisa, cada vez mais, conhecer e beber dessa fonte. Nós chegamos como um facilitador de conexão mesmo. Já que o público se conecta com nossa linguagem de cantar, nossa musicalidade, e agora vamos interpretar a obra de Djavan, em voz e violão, e levar ao nosso público", conclui Gabi Melim.

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