Em um ano em que a rixa entre os carnavais de Pernambuco e Bahia tornou-se tendência nas redes sociais, as festas desses dois estados estiveram unidas como nunca na programação do Carnaval do Recife.
Além da abertura com Olodum e Gilberto Gil, o baiano Carlinhos Brown fez uma participação no show de Elba Ramalho, que tradicionalmente encerra a festa no polo do Marco Zero, na última terça-feira (13).
Pernambuco-Bahia
Carlinhos subiu ao palco logo depois de Elba, com seu repertório poderoso de frevos, cantar "Levada Louca", clássico da Banda Eva que é um exemplo de como a levada da axé music e o frevo são próximos musicalmente.
"Elba percebeu a axé music primeiro do que todo mundo. Gravou Luiz Caldas e eu, e assim a gente se nacionalizou", disse Carlinhos.
"Sou muito grato a você, como a Bahia é grata por Pernambuco ter cedido o frevo para que nossas alegrias fossem irmanas. E hoje nós somos profundamente gratos a essa cultura única, a qual posso me considerar, como todos os baianos, Pernambuco-Bahia."
Mais atrações
Começando com o Recife Matriz da Cultura Popular, com encontro de nações de Maracatu de Baque Solto, subiram ao palco ainda Tayara Andreza (que ganhou um show de 30 minutos após não conseguir cantar no espetáculo Recife, Capital do Brega).
Homenageada da edição, Lia de Itamaracá fez apresentação com participação de Filhas de Baracho, Nega Duda, Daúde, Isaar e Dona Totinha.
Em seguida, se apresentaram Samuel Rosa, com repertório de pop-rock, e Lenine e Spok, que rodaram o Estado com um projeto conjunto.
Abrindo oficialmente a Quarta-feira de Cinzas, Alceu Valença tomou conta da multidão, que festejou também a grandiosidade de Elba Ramalho, com encerramento do Orquestrão, sendo a grande apoteose do Carnaval.
Há uma média, em cada edição, de mais 180 músicos executando juntos o ritmo. O comando fica a cargo do Maestro Spok.