Trinta anos dos discos 'Da Lama ao Caos' e 'Samba Esquema Noise' ganha roda de conversa no Recife

O movimento manguebeat é marcado por algumas "datas-chaves". A primeira certamente é o publicação do texto "Caranguejos com Cérebro", em julho de 1992. O segundo é o lançamento do álbum "Da Lama ao Caos" (1994), de Chico Science & Nação Zumbi, ocorrido no mesmo ano de "Samba Esquema Noise", do Mundo Livre S/A.

Para continuar reverberando os acordes sintonizados pelas "antenas parabólicas fincadas na lama", o Memorial Chico Science, equipamento cultural municipal do Pátio de São Pedro, no Centro, receberá uma roda de conversa com os músicos Toca Ogan, Dengue (Nação Zumbi) e Bactéria (ex-integrante do Mundo Livre S/A). Será na próxima quarta-feira (29), às 15h, no próprio Memorial, localizado no Pátio de São Pedro.

Para conversar com os músicos, farão parte do bate-papo Anastácia Rodrigues, chefe do setor de Música da Fundação de Cultura Cidade do Recife; e Ailton Guerra, pedagogo, mediador do Memorial Chico Science e ex-baterista do grupo punk Matalanamão, que surgiu na Zona Norte de Recife, no Alto José do Pinho, na década de 1990.

Discos seguem celebrados

"Da Lama ao caos" e "Samba esquema noise" marcaram muitas gerações recifenses, moldando relações com o passado de suas tradições e ancestralidades artísticas, assim como o futuro de seus sonhos e esperanças culturais.

 

 

 

 

Em 2022, o disco da Nação Zumbi foi eleito como o melhor disco da música brasileira nos últimos 40 anos em enquete promovida pelo jornal O Globo.

Ele foi lançado em 1994, sendo o primeiro disco da banda. O álbum fez o Brasil conhecer o movimento manguebeat, que eclodiu no Recife nos anos 1990 e influenciou toda uma geração de artistas ao mesclar sonoridades regionais com rock e hip hop.

O disco tem clássicos como "Monólogo ao pé do ouvido/Banditismo por uma Questão de Classe", "Da Lama ao Caos", "A Cidade" e "A Praiera" - que, pela pegada de ciranda, ficou imortalizada no Carnaval de Pernambuco.

Estreia da mundo livre

Já "Samba Esquema Noise" foi considerado como um dos cem melhores discos da música brasileira pela revista Revista Rolling Stone.

Criada ainda nos anos 1980, a formação da banda que gravou o álbum de estreia da MLSA era Fred Zeoquatro (guitarra, cavaquinho, vocais), Fábio Goró (baixo), Bactéria (teclados), Xef Tony(bateria), e Otto (percussão).

A produção foi assinada pelo gaúcho Carlos Eduardo Miranda, para o selo Banguela. Distribuido pela Warner Music. o selo era uma parceria entre os Titãs e o produtor gaúcho, e abrigava nomes como Os Raimundos, e o Maskavo Roots.

O disco conta com faixas como "A Bola do Jogo", "Musa da Ilha Grande", "Terra Escura", entre outras.