A sambista e deputada federal Leci Brandão (PC do B) saiu em defesa do hip-hop após o cantor Ed Motta declarar que "quem ouve [o gênero] é burro" em uma live no Instagram na terça-feira, 11.
Em uma publicação feita nas redes sociais nesta sexta-feira, 14, a cantora e compositora de 79 anos divulgou uma sequência de fotos segurando cartazes que compunham uma frase em defesa do estilo musical.
"Para repor a verdade: quem ouve hip-hop não é burro. Ouvir e fazer hip-hop é resistência. Quem ataca o hip-hop é elitista. Quem acha que representa a cultura preta e não reconhece o hip-hop 'tá' de chapéu atolado. Sem mais. #RespeitaOHipHop", diziam os cartazes.
A deputada não citou diretamente o cantor, que tem 52 anos e é sobrinho de Tim Maia, mas escreveu na legenda: "Entendedores entenderão. E fim de papo".
Na live em que a polêmica começou, Motta disse que "pessoas inteligentes ouvem jazz ou música clássica". "Eu não sou branco, p***. Eu sou preto, mas represento o que a raça tem de mais sofisticado. Qualquer um que ouve hip hop é burro… Sem exceção", declarou.
Em seguida, citou como exemplo o comediante Rafinha Bastos: "Outro dia, eu vi um trecho de uma entrevista desse bobalhão desse Rafinha Bastos: 'Ah, porque hip-hop é o tipo de música que eu mais gosto de ouvir'. O cara é um imbecil", disse.
Na ocasião, internautas já haviam acusado o artista de elitismo cultural, preconceito contra manifestações artísticas que não integram um suposto "padrão de qualidade". Normalmente diz respeito àquelas relacionadas a uma tradição, que não são de amplo acesso ou conhecimento para a população em geral.