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Véio Mangaba faz paródia do pastoril profano, gênero em risco de extinção no Grande Recife; conheça espetáculo

Ópera experimental "O Velho em Con(S)erto", escrito e encenado por Walmir Chagas, entra em cartaz no Recife, dentro do Janeiro de Grandes Espetáculos

Publicado em 14/01/2025 às 17:10 | Atualizado em 14/01/2025 às 17:15
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Personagem tradicional do universo cultural pernambucano, o Véio Mangaba encara mudanças (um tema caro à cultura popular) em seu novo espetáculo, "O Velho em Con(S)erto", escrito e encenado por Walmir Chagas.

Trata-se de uma ópera experimental inspirada no Pastoril de Ponta de Rua (ou profano) que expressa uma certa necessidade de renovação da cultura popular conservadora em um mundo em transformação.

O espetáculo está em cartaz nesta quarta (14), às 19h30, e quinta-feira (15), às 16h e 19h30, no Teatro Marco Camarotti, no Centro do Recife, dentro do Janeiro de Grandes Espetáculos.

Enredo

Na peça, que tem coautoria de Armando Lôbo, o velho Bedegüeba enfrenta uma crise de identidade e rebela-se contra o seu criador, recusando-se a ser uma mera criação ficcional.

LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO
Véio Mangaba, personagem de Walmir Chagas, no espetáculo 'O Velho em Con(S)erto' - LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO

A obra culmina em uma celebração carnavalesca que afirma a cultura nordestina dentro de uma perspectiva de ópera contemporânea, integrando o pastoril profano com a música de concerto, a literatura e o teatro.

Além disso, visa atualizar a temática da linguagem, estendendo o potencial de crítica social para questões contemporâneas.

"A referência à obra de Pirandello [dramaturgo italiano] propõe uma metalinguagem no Pastoril, com o meu personagem atuando como uma crítica ao seu próprio criador, discutindo os aspectos positivos e negativos de seu legado", diz Walmir Chagas.

"O projeto está seguro de seu ineditismo e da relevância de combinar a estética musical da ópera erudita contemporânea com a cultura popular de maneira criteriosa, aberta e esteticamente conceitual."

Renovação

 

LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO
Véio Mangaba, personagem de Walmir Chagas, no espetáculo 'O Velho em Con(S)erto' - LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO

O produtor do espetáculo, Pedro de Castro, opina que Pernambuco carece de experiências operísticas que integrem aspectos da cultura nordestina e revelem novas possibilidades estéticas e técnicas.

"A produção operística no Estado tem se concentrado principalmente no repertório tradicional europeu ou na ópera brasileira com estética musical historicamente defasada e encenação convencional", diz.

"Além de renovar a dramaturgia operística em Pernambuco, 'O Velho em Con(S)erto visa' preservar o patrimônio cultural local. O Pastoril Profano é um gênero popular em risco de extinção, com menos de dez artistas interpretando ocasionalmente o Velho do Pastoril na Região Metropolitana do Recife, enfrentando falta de espaço e visibilidade."

Janeiro

LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO
Véio Mangaba, personagem de Walmir Chagas, no espetáculo 'O Velho em Con(S)erto' - LI BUARQUE/DIVULGAÇÃO

Em cartaz até 2 de fevereiro com mais de cem apresentações, o 31º Janeiro de Grandes Espetáculos oferece, nesta segunda semana do festival, 38 oportunidades.

Entre as opções, estão as peças "Senhora dos Nossos Sonhos", sobre a psiquiatra Nise da Silveira, e pela primeira vez, a Sinagoga Kahal Zur Israel vira palco do festival com apresentação de "Senhora de Engenho entre a Cruz e a Torá".

SERVIÇO
O Velho em Con(S)erto
Onde: Teatro Marco Camarotti (Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro)
Quando: nesta quarta-feira (15), às 19h30, e quinta-feira (16), às 16h e 19h
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia), à venda no Sympla

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