Depois de limite dos juros rotativos, bancos planejam limitar parcelamento sem juros
Com a limitação dos juros rotativos pelo Governo Lula, Bancos querem diminuir os número de vezes de um parcelamento de juros. Objetivo é diminuir a taxa de risco dos pagamentos em 12 vezes no cartão de crédito

A partir da implementação do limite de juros rotativo no cartão de crédito, os bancos planejam diminuir o número de parcelas passíveis de pagamento sem juros. Normalmente estipulado em 12 vezes, as instituições financeiras desejam cortar pela metade esse número, com apenas seis parcelas antes de inserir a taxa.
JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO: TAXA NO ROTATIVO PODE INCENTIVAR BANCOS A LIMITAR PARCELAS
Com a definição do Ministério da Fazenda do governo Lula (PT) em garantir a limitação dos juros rotativos do cartão para que a taxa não exceda o valor original do débito, os bancos desejam que ocorra um segundo passo nesse processo para que os parcelamentos sem juros sejam limitados.
A visão do setor bancário é de que a ação do ministro Fernando Haddad (PT) irá trazer um alívio temporário para os inadimplentes, mas que a ação poderá causar problemas se outras medidas não forem inclusas nas novas regras.
Segundo as informações do Blog de Valdo Cruz, no G1, os bancos desejam que haja maior restrição do crédito para pessoas com mais risco de endividamento. Essa discussão já foi apresentada ao Banco Central, que indicou ser necessário esperar a implementação da mudança no juros do cartão rotativo para depois pressionar por alterações de melhora para as regras.
A ideia é de que parcelamentos sem juros com até 12 vezes trazem uma grande taxa de risco para os bancos e sem uma elevação forte nos juros do rotativo (quando existe uma parte da fatura que não é paga e é levada para o mês seguinte), o crédito não é válido para o setor. As compras com 12 vezes sem juros representam 99,5% do tipo de parcelamento, enquanto que o de seis vezes representa 72%.
Esse índice indicaria uma menor taxa de risco de inadimplência, por ser menos tempo de pagamento, quanto também já tem maior volume de pagamentos com juros.
O principal motivo para que o setor bancário não tenha conseguido a implementação dessa definição foi a rejeição das operadoras de cartão e do setor de varejo, que perderia o volume de vendas.
A nova definição aprovada pelo Congresso Nacional assegura que a taxa de juros rotativos só possa oscilar entre 5% e 10% ao mês, esse valor ficava entre 12% e 15% ao mês ou 450% ao ano.