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Vereadores do Recife repercutem crise entre Lula e Israel no plenário da Câmara

Apoiadores e opositores usaram o plenário da Câmara para comentar tensão entre Brasil e Israel

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 20/02/2024 às 9:27

O plenário da Câmara Municipal do Recife foi palco de manifestações contraditórias a respeito da crise entre o presidente Lula e o governo de Israel, após o brasileiro comparar os ataques israelenses a Gaza com o Holocausto nazista.

Na reunião plenária realizada na última segunda-feira (19), a vereadora Liana Cirne (PT) saiu em defesa do presidente, afirmando que ele estava com razão quando fez a comparação.

"É um genocídio e o mundo precisa denunciar o que está acontecendo na Palestina. A gente não pode ser conivente, pois não é aceitável que tenhamos mais crianças morrendo em Gaza do que no período do regime nazista, em Auschwitz. É muito bom ter um líder como Lula, que tem a coragem de denunciar e pode liderar um movimento global que rechace o que Israel está fazendo”, disse a petista.

De acordo com Liana Cirne, "o discurso do presidente Lula é correto e corajoso, feito para denunciar o maior genocídio da história contemporânea contra o povo palestino cometido em Gaza pelo governo ditatorial e contra humanitário comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu”.

Ela defendeu que "nenhuma democracia pode se colocar favoravelmente ao que está acontecendo em Gaza”, acrescentando que espera que a fala do presidente Lula seja “replicada por outros chefes de estado para que esse genocídio contra o povo palestino tenha fim”.

Opiniões contrárias

O vereador Alcides Cardoso (PSDB) pediu um aparte e, se dirigindo a Liana, disse que “a senhora faz o seu dever de vir a esta tribuna para defender o seu presidente. Mas, eu também venho aqui, porém para repudiar as palavras de Lula".

"O presidente causou uma crise diplomática grande para o Brasil, dizendo o que não devia. Por que Lula não fala da Rússia que está em cima da Ucrânia? Com esta fala, ele está indo contra todos os judeus em todo o mundo”, afirmou o parlamentar.

 A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) também criticou o posicionamento de Lula, afirmando que a declaração do presidente foi "não apenas inadequada, mas também profundamente problemática, especialmente à luz da história.

Divulgação/Câmara do Recife
A vereadora Ana Lúcia - Divulgação/Câmara do Recife

"O Holocausto, perpetrado durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazista liderado por Adolf Hitler, foi um dos eventos mais terríveis e devastadores da história da humanidade. Milhões de judeus, bem como outras minorias étnicas, foram alvo de uma campanha deliberada e sistemática de exterminação, resultando na morte de aproximadamente seis milhões de judeus", disse a parlamentar.

"Comparar o Holocausto a qualquer outro evento, especialmente a situação atual em Gaza, é não apenas insensível, mas também historicamente equivocado. O Holocausto foi uma tentativa de eliminar um grupo étnico específico da face da terra, enquanto o conflito em Gaza, embora trágico e complexo, envolve disputas territoriais e políticas entre Israel e os palestinos", acrescentou.

"É importante que líderes políticos como Lula reconheçam a sensibilidade e a complexidade dessas questões históricas e evitem fazer comparações inapropriadas que possam desvalorizar ou minimizar a gravidade de eventos como o Holocausto. Em vez disso, eles devem promover o diálogo construtivo e buscar soluções pacíficas para os conflitos atuais, respeitando a memória das vítimas do Holocausto e trabalhando para prevenir futuros atos de ódio e intolerância", finalizou.

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