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Com avaliação em queda, Lula pode ter mudanças nas redes sociais e na programação da EBC

Presidente quer intensificar agendas positivas e dar mais atenção a público evangélico na TV estatal. Janja deverá comandar mudanças nas redes sociais.

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 01/04/2024 às 9:00 | Atualizado em 01/04/2024 às 9:01

Diante da queda na avaliação positiva, apontada em recentes pesquisas eleitorais, o presidente Lula e seu entorno estão estudando mudanças na comunicação presidencial. Essas modificações deverão afetar as redes sociais do governo e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A primeira-dama Janja Lula da Silva é uma das entusiastas de uma nova estratégia digital para as contas do presidente e do governo nas principais plataformas. Isso, inclusive, vem causando uma disputa interna sobre a gestão das redes sociais do petista.

Atualmente, a gestão das plataformas é feita por:

  • Brunna Rosa, secretária de Estratégia e Redes da Secom, responsável pelas redes do Governo do Brasil e da Secom;
  • José Chrispiniano, secretário de Imprensa, responsável pelo perfil de Lula no X (antigo Twitter);
  • e Ricardo Stuckert, fotógrafo e secretário de Audiovisual, responsável pelo Instagram pessoal de Lula.

Segundo o Poder360, Janja quer que Brunna Rosa assuma o controle das contas pessoais do presidente, deixando de lado Chrispiniano e Stuckert, sob a justificativa de dar um tom mais informal à imagem do petista nas redes.

Enquanto Ricardo Stuckert estaria focando em ângulos em que Lula apareça mais formal, Janja prefere de mostrar cenas do dia a dia do presidente, como visitas ao jardim e corridas pelo Planalto — trechos como esses já foram filmados e publicados pela primeira-dama diretamente nas contas do mandatário.

Essa mudança de perfil teria sido uma intervenção do marqueteiro Sidônio Palmeira, que foi chamado a Brasília após a queda na avaliação do presidente, sob aval do ministro da Secom, Paulo Pimenta.

Sobre a relação de Janja com Stuckert, os dois possuem parceria e proximidade desde a época da prisão de Lula em Curitiba. Porém, no primeiro ano do mandato presidencial a relação teria se desgastado, segundo a reportagem.

Pessoas próximas de Stuckert afirmam que, embora ele priorize fotos de Lula como chefe de Estado, ele também faz cliques e registros informais do presidente.

Mudanças na EBC

Outra mudança na comunicação presidencial deve afetar a Empresa Brasileira de Comunicação, a EBC, estatal criada pelo próprio Lula em 2007 com o objetivo de ser uma "BBC brasileira", em referência à rede pública de comunicação britânica.

A empresa é alvo de críticas ao longo dos anos por acomodar padrinhos políticos e pelo alinhamento ao presidente em mandato na sua programação. Na gestão Bolsonaro, por exemplo, vários militares assumiram posições de chefia no aparelho.

Segundo O Globo, o governo Lula está desenhando uma nova programação diária para a emissora, com foco no impulsionamento de agendas positivas e na aproximação do público evangélico, ouvindo mais religiosos durante as atrações diárias. Um programa específico com essa temática, porém, não está nos planos até o momento.

Além disso, Lula estaria querendo ampliar o espaço do programa Bom Dia, Ministro, que passará a ter duas edições semanais de uma hora, cada. A intenção é dar mais tempo de tela para os líderes, em entrevistas que poderão explanar programas de governo.

A ideia é que essa estratégia não se resuma ao canal governamental, mas também seja replicada nos outros veículos do grupo, como a TV Brasil e Canal Educação, na Rádio MEC, na Agência Brasil e na Agência Gov.

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