BOLSA DE VALORES

Ibovespa sobe mais de 5%; dólar cai 1%

A queda ante o real nesta terça vem após 13 altas registradas nas últimas 14 sessões

Estadão Conteúdo
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Publicado em 10/03/2020 às 11:01 | Atualizado em 10/03/2020 às 11:03
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Brasil conseguiu fazer um numero recorde de lançamento inicial de mais de US$ 22,8 bilhões em ações. - FOTO: Foto: AFP

Recuperando-se do pânico, o Ibovespa opera em alta nesta terça-feira (10). Às 10h23 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 5,39%, aos 90.702 pontos. O ministro de Energia da Rússia convocou reunião para discutir uma possível cooperação com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), animando os investidores. Depois de desabar ontem, o petróleo se recupera. O barril do Brent – utilizado como referência pela Petrobras – sobe 8,29% a US$ 37,21, enquanto o barril do WTI avança 8% a US$ 33,63.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump prometeu cortes nos impostos sobre a folha de pagamento e auxílio aos trabalhadores atingidos pelo coronavírus para estimular a economia diante do avanço da doença. 

Dolar caiu

O dólar opera em queda nesta terça-feira, 10, ante as principais moedas emergentes ligadas a commodities, incluindo o real. Às 9:07, o dólar recuava 1,41%, a R$ 4,6591 na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro operava em queda de 1,35%, a R$ 4,6695. O ajuste de baixa no mercado local conta ainda com influência da venda de mais US$ 2 bilhões no mercado à vista - na segunda-feira já foram vendidos à vista outros cerca de US$ 3,5 bilhões - após uma série de ofertas de swap cambial que totalizou US$ 7,5 bilhões entre a quarta-feira de Cinzas (26/2) e a última sexta-feira (6/3).

A queda ante o real nesta terça vem após 13 altas registradas nas últimas 14 sessões, período no qual o dólar à vista acumulou ganho de 9,86%, fechando na segunda-feira a R$ 4,7243 - recorde nominal histórico. O resultado melhor, mas dentro do esperado, da produção industrial em janeiro fica em segundo plano. Segundo economistas da Renascença DTVM, mesmo com a alta após dois meses seguidos de queda pesa o fato de que "as perspectivas para a economia brasileira têm se deteriorado rapidamente nas últimas semanas".

A produção industrial subiu 0,9% em janeiro ante dezembro, com ajuste sazonal, pouco acima da mediana positiva de 0,80% (intervalo de 0,50% a avanço de 1,90%). Em relação a janeiro de 2019, a produção caiu 0,9% e veio pouco melhor que a mediana negativa de 1,00% (intervalo era de -2,20% a +0,40%). A indústria acumula queda de 0,9% no ano de 2020, segundo o IBGE. Em 12 meses, a produção acumula queda de 1,0%. 

Queda da bolsa

Na última segunda-feira (10), a forte onda de aversão a risco que contamina os mercados internacionais, em decorrência das preocupações com o coronavírus e a crise no preço do petróleo, atingiu também a Bolsa brasileira, que, depois de cair mais de 10%, teve de acionar o circuit breaker. O circuit breaker ocorre quando o índice atinge movimentos bruscos e o mecanismo é acionado para rebalancear as ordens de compra e de venda. Além do dólar comercial bater recorde, chegando aos R$ 4,7243, a moeda americana chegou a ser negociada por mais de R$ 5 nas casas de câmbio.

A última vez que o sistema foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no dia em que foi divulgada uma gravação em que o ex-presidente Michel Temer conversa com Joesley Batista. A Bolsa brasileira já começou o dia em queda. As ações ON da Petrobras já abriram com baixa de 21,11% e as PN com recuo de 20,76%. Às 10h30, o Ibovespa caía 10,02, aos 88.178,33 pontos, e os negócios foram interrompidos.

 

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