CORONAVÍRUS

Bolsa cai 12% e Circuit Breaker é acionado pela quinta vez em duas semanas

Principal motivo da queda são os impactos do coronavírus na economia mundial

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 16/03/2020 às 11:00 | Atualizado em 16/03/2020 às 14:13
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No Brasil, a Bolsa recuou na segunda (27) 4 mil pontos com as grandes produtoras de commodities brasileiras perdendo em um único dia mais de R$ 40 bilhões - FOTO: Foto: STR / AFP

A Bolsa de Valores brasileira começou a segunda-feira (16) em queda brusca em 12,53%, a 72.321,99 pontos, e precisou acionar o Circuit Breaker mais uma vez, interrompendo as negociações durante 30 minutos. O mecanismo foi utilizado pela quinta vez em duas semanas, com primeira queda registrada na segunda-feira (9).

Mais uma vez, o principal motivo da queda são os impactos do novo coronavírus na economia mundial. As ações caíram mesmo após o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduzir sua taxa de juros de zero a 0,25%, para conter tensão de investidores, que ficam preocupados com a possibilidade de as medidas de emergência não serem suficientes para evitar uma recessão causada pela pandemia.

As ações com maiores perdas nesta segunda foram das empresas Azul, Gol, JBS, Smiles e Via Varejo. Dessas, duas são companhias aéreas, a Azul e Gol, e outra, a Smiles, administra o programa de milhagem dos clientes da Gol. 

Circuit breaker

O circuit breaker ocorre quando o índice atinge movimentos bruscos e é acionado com a intenção de rebalancear as ordens de compra e de venda.

O que é o circuit breaker?

O circuit breaker é um dispositivo que entra em funcionamento e suspende as negociações durante trinta minutos, inicialmente, quando as operações da Bovespa caem 10% em relação ao dia anterior.

Para que funciona?

As negociações são suspensas com a intenção de evitar grandes perdas. Compras e vendas ficam paradas durante 30 minutos para que o mercado se acalme.

É possível que as ações sejam interrompidas por mais tempo?

Sim. Se, depois da reabertura, a queda chegar a 15% — também em relação ao dia anterior —, as negociações são suspensas por uma hora. Se ainda houver uma nova queda que chegue a 20%, a Bovespa pode suspender seus negócios em todos os mercados e decidir o prazo em que isso acontecer.

Últimas vezes que foi acionado

O circuit breaker foi acionado cinco vezes desde o dia 9 até esta segunda-feira (16). Na quinta-feira (12), a Bolsa chegou a ser interrompida duas vezes, por meia-hora e por uma hora.

Antes disso, a última vez que o mecanismo foi utilizado foi em 2017, quando foi divulgada a notícia de que o então presidente Michel Temer (PMDB) teria sido gravado pelo dono da JBS autorizando a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

Outra ocasião foi em 2008, diante da crise do setor imobiliário americano.

Confira histórico:

Durante trinta minutos:

  • Duas vezes em 1997: Crise Asiática
  • Quatro vezes em 1998: Crise Russa
  • Duas vezes em 1999: Câmbio flutuante
  • Quatro vezes em 2008: Crise do subprime dos EUA
  • Uma vez em 2017: Delação da JBS
  • Uma vez no dia 09/03/2020: Pandemia do Coronavírus
  • Uma vez no dia 11/03/2020: Pandemia do Coronavírus
  • Uma vez no dia 12/03/2020: Pandemia do Coronavírus
  • Uma vez no dia 16/03/2020: Pandemia do Coronavírus

Durante uma hora:

  • Uma vez em 1997: Crise asiática
  • Uma vez em 1998: Crise Russa
  • Uma vez em 2008: Crise do subprime dos EUA
  • Uma vez no dia 12/03/2020: Pandemia do Coronavírus

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