TECNOLOGIA

Startup pernambucana desenvolve plataforma para segurança na volta ao convívio social

Fiqueiemcasa permite acesso a informações de saúde e cumprimento de quarentena através da leitura de QR Code

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 07/04/2020 às 13:38 | Atualizado em 07/04/2020 às 13:59
Divulgação
Plataforma faz leitura de QR Code no smartphone ou em forma pulseiras - FOTO: Divulgação

Quando superado o período - necessário - de isolamento social, a volta às atividades cotidianas ainda se dará em meio a muita desconfiança, sobretudo no que diz respeito ao contato físico entre as pessoas, segundo projeta a startup pernambucana Fiqueiemcasa. Pensando em formas de garantir o acesso ao quadro de saúde e conformidade com o que fora recomendado pelas entidades sanitárias durante o período de quarentena, a empresa lançou uma plataforma homônima para que negócios e indivíduos possam ter a garantia dessas informações através da leitura de QR Codes. 

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A operacionalização é simples. Através de um código individual e de leitura universal, as pessoas poderão, a partir de um cadastro, reunir informações sobre o período de pandemia do coronavírus. Se cumpriram a quarentena e por quanto tempo, se realizaram teste de detecção da Covid-19 e foram ou não diagnosticados com a doença, além de terem as informações sobre a detecção de sintomas físicos indicados por outros usuários de seu convívio. 

"Na verdade, a gente fez uma análise em cima do cenário atual, o que iria levar as pessoas a realmente voltarem às suas atividades normais, independentemente de um decreto de um governo. Conversei com muitas pessoas, e muita gente está com medo. Não adianta simplesmente liberar a volta às atividades, será que as pessoas vão voltar para as ruas assumindo o risco de ser contaminado, sem a mínima certeza, por exemplo, de que você está entrando num local onde os funcionários de um estabelecimento ou os frequentadores em geral cumpriram a quarentena e estão sem sintomas para poder infectar", explica o CEO da startup, Samuel Buarque. 

Nesta terça-feira, o Datafolha divulgou que 28% dos brasileiros não fazem isolamento contra o coronavírus e pelo menos 24% dos que estão tomando cuidados contra o coronavírus seguem saindo para trabalhar ou realizar outras atividades.

Segundo Buarque, a ideia seria todo mundo entrar na plataforma, fazer a aquisição do plano para geração do seu código e assim disponibilizar aos demais usuários a leitura de suas informações através da leitura do QR code em pulseiras ou no próprio celular. "Restaurantes, shoppings, como medida de controle, podem adotar  sem pagar nada. Para fazer a leitura do código é totalmente gratuito. O que se paga é pela geração do código, mas ainda assim algo simbólico, a partir de R$ 2,99", detalha o empresário. 

Por ora, a plataforma oferece por esse custo o plano de 14 dias de quarentena + 30 dias de uso no plano empresarial, que envolve mias de 25 vidas. No caso do plano individual, o valor é de R$ 4,99, devendo ser renovado após o período, pelo mesmo valor. Com a monetização, a startup pretende doar parte do lucro a instituições que atuam no combate à fome. 

Desenvolvimento

Fruto de um investimento de R$ 20 mil, a plataforma basicamente depende de servidor escalável que garante estabilidade para o volume de escaneamentos. São colhidos do usuário dados pessoais, que não são compartilhados com outras empresas, e na hora da leitura são apresentados nome, últimos quatro dígitos do CPF, e informações relativas ao cumprimento da quarentena. 

"Precisamos da boa fé das pessoas, quanto à declaração das informações. O mundo mudou, sabemos que está todo mundo numa corrente, querendo poder voltar às suas atividades normais. A ferramenta traz a confirmação quanto aos controles higiênicos que são recomendados, mostra se você está num ambiente que se controlou e se as pessoas cumpriram com o que foi pedido. Mas a plataforma tem capilaridade para também trazer a validação de informações, pretendemos implementar isso, com a associação de algum órgão da saúde, para a validação quanto à diagnóstico, confirmação de infecção, cura, etc", propõe Buarque. 

A startup surgiu após o Desafio covid-19, ação do Porto Digital com o MPPE e o governo do Estado que está apoiando o desenvolvimento de solução tecnológica para o combate à pandemia do novo coronavírus. Dentro dessa iniciativa foram selecionadas oito soluções inovadoras, que receberam investimento total de R$ 1,3 milhão. A Fiqueiemcasa não chegou a ser apresentada durante o desafio, mas segue com o serviço através de investimento próprio. Para cadastro e acesso à plataforma é preciso acessar este link. 

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