Atento às dificuldades de retomada dos negócios por conta da pandemia do novo coronavírus e riscos de calote, o Banco do Nordeste (BNB) colocou à disposição dos seus clientes a possibilidade de alongar o vencimento por até 12 meses das parcelas de empréstimos. A medida é válida para quem optou pela suspensão dos pagamentos neste momento de pandemia e, em Pernambuco, abrange 8,3 mil operações de micro e pequenos negócios (MPE) que estão com parcelas suspensas num valor total de R$ 730 milhões.
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O alongamento do vencimento da dívida se soma às provisões prudenciais já feitas pelo banco para equilibrar o caixa em virtude da possibilidade de alta da inadimplência. “Há um movimento institucional de reservas de provisão prudencial, para preservar a instituição financeira. Mas o fato é que a nossa tratativa imediata é de adequação das parcelas, diluindo e alongando o vencimento final do contrato para que não tenha um aumento nas parcelas ( a serem quitadas) de 2021, mantendo os níveis de adimplência e as empresas operacionais num momento de retomada”, explica o novo superintendente do Banco do Nordeste em Pernambuco, Pedro Ermírio.
Para aderir ao alongamento do vencimento da dívida, o cliente pode optar por fazer a solicitação diretamente no internet banking. Há disponibilidade de alongamento até 12 meses do vencimento final, tanto para grupos prioritários (que quitariam os parcelamentos entre este ano e 2021) quanto para os demais prazos dos clientes. A suspensão das parcelas está vigente até o mês de dezembro.
Contratações
Tratando-se de MPEs, o BNB trabalha atualmente com uma taxa de inadimplência inferior a 3%. Especificamente para esse público, além do programa de Microfinanças Urbanas - Crediamigo, o banco também disponibiliza crédito via o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Na pandemia, a linha Giro Emergencial passou a concentrar também demanda de crédito para capital de giro e investimentos via FNE.
“Contratamos só para micro e pequenas R$ 417 milhões no Estado. Pelo menos R$ 150 milhões em crédito emergencial, com taxa de 2,5% ao ano. Da maneira que, além de suspender essas operações que já estavam com programação para 2020, colocamos dinheiro novo na rua. Isso é importante para manutenção do funcionamento das empresas e empregos”, detalha Ermírio.
O acesso ao crédito, desde o início da pandemia foi alvo de queixas sobretudo dos micro e pequenos empresários. Dinheiro nos bancos havia, mas a burocracia atrasou liberações e trouxe impacto direto ao desenrolar de medidas para sobrevivência dos negócios. Mesmo assim, o BNB garante já ter oferecido R$ 800 milhões a micro e pequenas empresas via FNE ou Crediamigo, totalizando 159 mil operações em Pernambuco.
“O banco não parou. A gente tem que estar operacional e ter o cuidado de dar essa resposta para quem tem operações conosco. Temos trabalhado para dar essa resposta ao mercado e ao setor produtivo, que pode contar com o banco na liberação de dinheiro novo na economia”, garante o superintendente do BNB no Estado.
O orçamento global do FNE é estimado em R$ 2,5 bilhões para o setor produtivo de Pernambuco este ano. Para a infraestrutura, há R$ 1,3 bilhão. Já foram executados, respectivamente, R$ 1,7 bilhão e R$ 290 milhões, o que sinaliza para o alcance do volume total disponibilizado este ano.
Novo superintendente
Pedro Ermírio é funcionário de carreira do Banco do Nordeste há 16 anos. Até então, atuava na superintendência do Banco do Nordeste de Alagoas. Pernambucano, Ermírio assumiu em junho a superintendência no Estado. Ernesto Lima Cruz, que atuava em Pernambuco,ficará à frente das unidades do banco em Alagoas.
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