O Brasil autorizou nesta quarta-feira (25) a retomada dos voos do Boeing 737 MAX, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos, quase dois anos após a interdição dessas aeronaves devido a dois acidentes que deixaram 346 mortos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concluiu "um longo trabalho independente para reautorizar a operação das aeronaves 737-8 MAC no Brasil", informou a entidade em nota, sem especificar quando a medida entrará em vigor.
A Anac "validou as modificações" que serão aplicadas à aeronave, depois que a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) fez o mesmo em 18 de novembro, explicou a nota. A agência brasileira concordou "com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários foram realizados para endereçar as questões de segurança".
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A principal modificação diz respeito ao software de controle de voo MCAS, que os pilotos dos voos da Lion Air acidentados em 29 de outubro de 2018 e da Ethiopian Airlines em 10 de março de 2019 não conseguiram dominar.
Outros requisitos visam corrigir a localização de alguns cabos e renovar o treinamento dos pilotos, informou a Anac, que junto com a FAA e reguladores do Canadá e da Europa fez parte do processo de validação do retorno ao céu do 737 MAX.
No Brasil, a companhia aérea GOL é a única empresa que possui este tipo de aeronave em sua frota brasileira, devendo, portanto, realizar as devidas modificações, sob a supervisão da Anac. “As modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”, disse o superintendente de Aeronavegabilidade da Anac, Roberto Honorato.
Após o anúncio da FAA, a agência canadense disse que "muito em breve" concluirá seu próprio processo de validação e solicitará mais alterações. Já a Agência Europeia de Aviação deverá oficialmente dar sua luz verde no final de 2020 ou no início de 2021.
A China, por outro lado, não autorizou a retomada dos voos desse modelo e indicou nesta quarta-feira que "ainda não há data" para examinar o assunto. O regulador chinês sublinhou que "os resultados das investigações dos dois acidentes têm de ser apresentados de forma clara" e que as modificações ao avião têm de se mostrar "eficazes".
A volta do 737 MAX chega em um momento em que o setor é fortemente afetado pela pandemia do coronavírus, situação que levou a Boeing a ter 393 pedidos de compra de aeronaves cancelados nos primeiros 10 meses do ano.
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