SETOR TÊXTIL

Com vendas de fim de ano, Polo de Confecções do Agreste sente falta de matéria-prima e mão de obra

No polo, apesar da pandemia do novo coronavírus, a movimentação no polo e a procura por mercadorias permanecem intensas

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 15/12/2020 às 10:43 | Atualizado em 15/12/2020 às 10:48
EDMAR MELO/ACERVO JC IMAGEM
Santa Cruz do Capibaribe, cidade de Pernambuco equivocadamente qualificada como bolsonarista - FOTO: EDMAR MELO/ACERVO JC IMAGEM

Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta terça-feira (16), o diretor-presidente da Rota do Mar, Arnaldo Xavier, comentou sobre o cenário no segundo maior polo têxtil do país e o primeiro do Nordeste, no Agreste de Pernambuco. Segundo o empresário, apesar da pandemia do novo coronavírus, a movimentação no polo e a procura por mercadorias permanecem intensas. Diante da demanda, o local já sente falta de matéria-prima e mão de obra.

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Para o empresário, as vendas de fim de ano evidenciaram ainda mais a escassez de insumos na região, a exemplo do que ocorre em outros setores da economia. “Hoje, na região, estamos sentindo a falta de algumas matérias-primas, principalmente de algodão. Isso porque, com a alta do dólar, os produtores preferem exportar do que joga o produto no mercado interno”, afirmou Arnaldo Xavier, que trabalha no ramo de confecções há mais de 24 anos.

“Além das fibras de algodão, faltam mais matérias-primas, como zíper, linhas e aviamentos em geral. Isso tem dificultado as coisas aqui na região e tem atrapalhado bastante a produtividade e, consequentemente, a comercialização dos nossos produtos”, emendou.

Somado a isso, a falta profissionais de corte e costura para confeccionar roupas no polo têxtil tem sido um empecilho para a economia da região crescer ainda mais. “Existe uma falta gigante da mão de obra para a produção das confecções. É tanto que as empresas estão cada vez mais saindo das cidades [do Polo] e indo para lugares mais longínquos, como a Paraíba e estados circunvizinhos”, afirmou.

“A maioria das costureiras está optando por trabalhar na parte de comercialização. Ou seja, elas preferem estar nas lojas, do que propriamente nas máquinas. Isso aí faz com que Santa Cruz [do Capibaribe], Toritama e Caruaru fiquem desabastecidas dessa mão de obra”, completou.

Infraestrutura

A infraestrutura também é um problema para empresários e comerciantes do polo de confecções. De acordo com Arnaldo Xavier, o conjunto de acessos às cidades do polo, por meio de rodovias, não é muito bom e atrapalha quem depende da produção têxtil.

“Para chegar ao polo, quem mora no Recife, por exemplo, tem a BR-232, que está muito ruim. Com uma manutenção bastante razoável. De Caruaru a Toritama, o trecho que liga as cidades é um dos únicos que está excelente. De Toritama a Pão de Açúcar [distrito de Taquaritinga do Norte], a rodovia está em obras, que, por sinal, estão paradas. Por isso, a estrada não está boa e está em mão única. Já entre Pão de Açúcar e Santa Cruz do Capibaribe, a estrada está muito boa. Então, se eu pudesse dar uma nota para essa malha viária, seria sete”, disse.

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