A operadora TIM Brasil está ampliando a sua conectividade com o 5G DSS (ativação sobre as frequências atuais do 4G). Depois dos movimentos já feitos pelas concorrentes Vivo e Claro antes do leilão das frequências destinadas ao 5G no País, a TIM promete levar a funcionalidade a mais 12 cidades brasileiras até o primeiro trimestre de 2021. O Recife, que ainda não conta com o serviço, deve ser contemplado até o mês de março do ano que vem, tanto para acesso fixo quanto para o acesso móvel.
A reutilização de frequências do 4G permite às operadoras disponibilizar aos clientes uma experiência restrita do potencial 5G. Na visão da própria TIM, essa é uma oportunidade de testar a rede e a percepção do cliente.
"Testamos um caso de uso real, e quando o 5G de verdade chegar, alguns dispositivos estarão preparados para responder à tecnologia nessa nova frequência. Queremos testar não só o FWA, mas fazer o 5G DSS em cidades maiores, para entender no futuro como eles vão poder conviver. Estamos anunciando o nosso plano em mais 12 cidades, alcançando um total de 15. Agora vamos fazer isso de forma transparante, deixando claro que é o 5G DSS e divulgando onde essa cobertura vai estar", diz o CTIO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville.
Atualmente, a TIM Brasil já disponibilizava a conexão em três cidades, garantindo o acesso fixo (FWA) e móvel através da rede DSS. Com as 12 cidades que passarão a integrar o circuito serão adotados os mesmos modelos. Clientes da operadora em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba já terão acesso ao 5G DSS ainda este mês em alguns pontos dessas cidades. Salvador, Fortaleza, Belém, Campinas, Santos, Florianópolis e o Recife deverão estar com os serviços disponíveis até março de 2021. Na capital pernambucana haverá um Cluster Boa Viagem, permitindo conexão na praia de Boa Viagem e no Parque Dona Lindu, além do Cluster Marco Zero, com conexão na praça Barão do Rio Branco (praça do Marco Zero).
Fornecedora da infraestrutura de rede necessária às operadoras, a Huawei já havia confirmado a este Jornal do Commercio a chegada do 5G DSS ao Recife no primeiro trimestre de 2021. Segundo a empresa chinesa, a previsão era de uma abrangência maior, envolvendo também bairros nobres da Zona Norte. Pelo menos neste primeiro momento, com a TIM, isso não deve ocorrer, mas ainda há incerteza quanto ao avanço da Claro e Vivo com a oferta dessa funcionalidade 5G, já que ambas ainda não têm cobertura na capital pernambucana. A Claro já mantém o 5G DSS em regiões de 14 cidades, já a Vivo está presente em localidades de oito cidades do País.
"A tecnologia 5G é a mesma, com DSS ou sem. Agora, a velocidade depende da quantidade de banda que está disponível. Imagine ter uma Ferrari. Caso você esteja numa auto pista, o veículo vai correr mais. Se estiver numa estrada de terra, mesmo sendo uma Ferrari, não dá para seguir em grande velocidade. Então é claro que no DSS você não pode ter um monte de usuário, porque a banda não suportaria. Agora o que se deve esperar é uma velocidade maior do que o 4G. Quanto mais veloz? Vai depender da quantidade de banda utilizada pela operadora ao implementar o serviço", explica o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude.
Segundo ele, com o leilão da Anatel - previsto para 2021 - o maior bloco destinado de uma única vez para a nova tecnologia, da faixa de 3,5 GHz, pode garantir o ganho de 80 Mbps a 100 Mbps, enquanto que nas bandas atuais a velocidade é menor, em torno dos 20 Mbps.
Compra da OI
Antes do leilão do 5G, a TIM também espera concluir no Cade a compra de parte da fatia móvel da OI. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a TIM ficará com cerca de 40% da base total de clientes da Oi, o que dá aproximadamente 14,5 milhões de usuários. No Nordeste, entretanto, a operadora não deve herdar a maioria dos clientes, já que para manter a concorrência no mercado, entre TIM, Vivo e Claro, a empresa com menor market share em determinada região deverá ir incorporando localmente o maior número de clientes.
Ainda assim, a TIM já se prepara para a oferta de novos planos a esses clientes. O CEO da TIM, Pietro Labriola, diz ter como ideal que o usuário não precise nem trocar de chip. “O processo de migração tem de ser o menos ruidoso possível, precisamos encontrar planos parecidos na TIM (para os clientes da OI", afirmou.
É importante reforçar que para uso do 5G, mesmo DSS, além da rede é preciso que o usuário já possua aparelhos compatíveis com a tecnologia. O 5G em sua plenitude de conexão só chegará ao Brasil após o leilão da Anatel, previsto ainda para 2021.
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