TURISMO

Governo de Pernambuco vai lançar licitação para concessão do Centro de Convenções até o início de 2022

A modernização do Centro de Convenções é uma antiga reivindicação do trade turístico de Pernambuco. O governo pretende exigir da futura concessionária um investimento de R$ 30 milhões nos dois primeiros anos da futura gestão

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Publicado em 22/12/2020 às 21:16
ALEXANDRE GONDIM/ JC IMAGEM
RECEITA Com a pandemia da covid-19, o Estado perdeu 70% do que costumava arrecadar com o Cecon, em 2020 - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/ JC IMAGEM
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O governo do Estado informou, nesta terça-feira (22), que deve lançar, no final de 2021 ou no começo de 2022, um edital de concessão para uma empresa privada assumir a gestão do Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), em Olinda. A expectativa é que o vencedor da licitação explore o empreendimento por 35 anos e tenha a obrigação de investir R$ 30 milhões nos dois primeiros anos da nova gestão.

>> Estado dá o primeiro passo para entregar o Centro de Convenções à iniciativa privada

A revitalização do Centro de Convenções é uma reivindicação do setor turístico do Estado e uma promessa feita pela gestão estadual desde 2012." A partir do primeiro trimestre de 2021, devem ser realizadas as audiências públicas para captar a realidade dos que operam e fazem negócios no Centro de Convenções", revelou o presidente da Empetur, Antonio Neves. As audiências também têm a finalidade de deixar o processo mais transparente.

Depois das audiências, o Estado vai definir quais as sugestões que serão levadas em consideração na futura gestão do empreendimento à iniciativa privada. Ainda não está definido se será uma Parceria Público-Privada ou uma concessão. Na primeira, geralmente o Estado entra com uma participação nos investimentos.

"A intenção é fazer com que, a cada cinco anos, o equipamento passe por uma nova requalificação", explicou o Secretário estadual de Turismo, Rodrigo Novaes, se referindo à futura gestão do Cecon. Essa requalificação pode fazer parte do contrato a ser firmado entre o Estado e a futura concessionária. Para Novaes, a operação do equipamento por um parceiro privado pode contribuir para trazer mais eventos nacionais ao Estado e até Sul-americanos. O Estado fez uma mal sucedida PPP com a Arena Pernambuco que até hoje está sem parceiro privado para assumir o estádio de São Lourenço da Mata.

O pavilhão do Centro de Convenções tem 19 mil metros quadrados. Os estudos para fazer a concessão do Centro de Convenções foram contratados em fevereiro deste ano, está em fase de finalização e o processo também está contando com a participação da Secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano.  Este ano, foram feitas requalificações no Teatro Beberibe, nos banheiros do Teatro Guararapes e em algumas salas multiuso este ano do Cecon, de acordo com a Empetur.

A pandemia também impactou o Centro de Convenções. Neste ano, foram realizados 132 eventos que arrecadaram R$ 1,5 milhão, sendo registrada uma queda de 70% no total arrecadado. No ano passado, o Cecon recebeu 163 eventos que geraram uma arrecadação de R$ 6,6 milhões ao Estado.

TURISMO 

A pandemia impactou toda a cadeia do turismo este ano em Pernambuco , Brasil e no mundo. Houve uma queda de 47% na quantidade de passageiros que passaram pelo Aeroporto do Recife de janeiro a novembro deste ano, de acordo com Rodrigo Novaes. De janeiro a novembro deste ano, o terminal recifense recebeu cerca de 4 milhões de pessoas, contra os 7,9 milhões de passageiros em 2019. O Recife tinha 13 destinos internacionais. Atualmente, opera apenas com dois por causa da pandemia. Ele citou também que o Estado chegou a ter somente 10% da rede hoteleira aberta no período de abril e maio, um dos piores momentos da pandemia para o setor.

 

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Movimentação grande de vôos e passageiros para as festas de Fim de Ano, no Aeroporto Internacional do Recife/Gilberto Freire. - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

"Queríamos estimular o turismo que passou a ser um vilão com a pandemia. Ficaram frustradas várias ações de publicidade e promocionais que estavam programadas. Tentamos ajustar isso ao momento correto para não sermos contraditórios com as orientações que estavam sendo dadas na área de saúde", comentou Novaes. Uma das orientações da Secretaria Estadual de Saúde por vários meses foi "fiquem em casa" por vários meses.

Novaes afirmou que o primeiro passo para as atividades voltarem foi deixar claro a adoção dos protocolos - com os cuidados pra evitar a transmissão do vírus - estavam sendo cumpridos pelo setor.

Segundo o secretário, está ocorrendo o aumentos graduais na retomada dos passageiros e da ocupação da rede hoteleira, que começou a crescer desde agosto último, impulsionada pelos feriados que ocorreram em setembro, outubro e novembro. Nesse último mês, ocorreu um aumento de 11% na quantidade de passageiros, comparando com outubro. "Esperávamos que essa retomada ocorresse de forma mais lenta", argumentou.

Novaes citou três cidades que estão com mais reservas para o feriado do Natal: Bezerros (110%), Garanhuns (81%), Ilha de Itamaracá (80%), comparando com o ano anterior. E os três que estão mais reservas para o réveillon: Bezerros, Bonito e Itamaracá, todos com 100% das reservas. "Se Deus abençoar e não tivermos alguma coisa imprevisível em 2021, as perspectivas são melhores para o próximo ano. Esperamos ter uma operação parecida com 20% a 30% a menos do que ocorria antes da pandemia", comentou Novaes. Este mês, os voos que passam pelo Recife representam 47% a menos do que os existentes em dezembro do ano passado.

CALENDÁRIO CULTURAL

No final da tarde desta terça-feira (22), o secretário estadual de Turismo fez um balanço do ano de 2020 para os jornalistas. Ele informou também que somente depois da vacinação contra o coronavírus é que vai ser definido se o Carnaval de 2021 poderá ser realizado fora da época.

"A vacinação é o X da questão. A nossa intenção é fazer um resgate do calendário cultural depois da vacina. Teremos a Semana Santa e na festa junina esperamos estar numa situação normal", afirmou Novaes. Na semana passada, o governo do Estado anunciou que a maior festa popular de Pernambuco, o Carnaval foi suspenso para evitar aglomerações por causa da pandemia. E este ano, não ocorreram os eventos turísticos ligados a Semana Santa e nem os festejos juninos.

O Carnaval trouxe uma injeção de R$ 2,3 bilhões a economia do Estado este ano, quantia 17% maior ao que foi movimentado em 2019, segundo uma estimativa da Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur-PE). O poder público investiu em torno de R$ 35 milhões para a realização dessa festa este ano. "Sabemos do prejuízo por causa da suspensão do Carnaval. Mas a nossa expectativa é de que as pessoas não deixem de viajar para os litorais Sul, Norte e interior, que vai ter uma boa ocupação da rede hoteleira", revelou.

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Movimentação grande de vôos e passageiros para as festas de Fim de Ano, no Aeroporto Internacional do Recife/Gilberto Freire. - FOTO:BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
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Aos 41 anos, o Centro de Convenções de Pernambuco tem sido alvo recorrente de reclamações do trade e de organizadores de feiras - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

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