O Parque Estadual de Dois Irmãos, localizado na Zona Norte do Recife, é responsável por abrigar mais de 400 animais em cativeiro. A população diversa do local varia entre peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos. Em Pernambuco, o local é o único que abriga algumas espécies desses animais, como é o caso do leão.
Leo, é o único leão do local, ele é sobrevivente da tragédia do Circo Vostok, que aconteceu nos anos 2000, em Jaboatão dos Guararapes. Como teve as garras arrancadas enquanto pertencia ao circo, o leão precisou ficar abrigado no Parque Estadual, já que não sobreviveria na natureza. Recentemente, ele precisou passar por uma bateria de exames depois de apresentar um pequeno sangramento na boca.
Além do rei da selva, o Parque Estadual abriga outros bichos que, em Pernambuco, só podem ser observados no local. Atualmente, ele está fechado para visitantes, em virtude das ações preventivas de combate à disseminação do coronavírus. Mas, cuidado com os animais segue sendo realizado diariamente. Conheça um pouco mais sobre eles.
ANIMAIS
Onça-pintada: Pelé, é um macho de onça preta que nasceu no Parque e completou 10 anos em 2020. A espécie está presente no continente americano, desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Eles vivem preferencialmente próximo a rios e pântanos e são considerados bons nadadores, passando boa parte do dia dentro d'água.
Lobo-guará: O animal que está no Parque recebeu o nome de Logan. A espécie da qual ele faz parte é típica do Bioma Cerrado é considerada o maior canídeo, mamífero que se alimenta de carne, da América do Sul. Parece com um cachorro, mas as suas pernas são longas e escuras. São animais solitários, de hábitos noturnos e que necessitam de grandes áreas para sobreviver e caçar. Na natureza, tem a função de levar sementes de uma região para outra, ajudando a renovação das florestas.
Tamanduá-bandeira: Um mamífero terrestre que está presente nas Américas e é considerado o de maior porte, entre os tamanduás que ocorrem na natureza. No Parque de Dois Irmãos é possível encontrar um casal da espécie: Nino e Flor. A dieta do animal é baseada em insetos, como formigas e cupins. Ele utiliza suas garras para escavar os formigueiros e a língua para capturar os animais. O tamanduá-bandeira é classificado como vulnerável à extinção pela lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN.
Ararajuba: Ave rara que ocorre no Bioma Amazônia, considerada vulnerável à extinção na natureza. Em fevereiro 2020, nasceram no Parque de Dois Irmãos quatro novos indivíduos da espécie, no próprio recinto. Um sinal de que o bando formado por seis exemplares adultos encontrou ambiente e alimentação adequados, para que se sentissem confortáveis para a reprodução. A espécie consta da Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN como vulnerável, vem sendo protegida através de ações como o Programa de Reintrodução e Monitoramento em Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém, realizada numa parceria de institutos e fundações.
Macaco-aranha-da-testa-branca: É uma espécie arborícola, que fica nos galhos das árvores e se desloca com facilidade pelos galhos. Sua cauda longa funciona como um quinto membro, que ajuda no passeio pelo alto das árvores. O Parque abriga uma fêmea da espécie, chamada Cris, desde 1999. Ela possui uma alimentação rica em verduras e frutas. De acordo com a União Nacional para a Conservação da Natureza (IUCN) esta espécie é classificada como em perigo de extinção. No Brasil, o primata pode ser encontrado no Bioma Amazônia, com maior ocorrência no Pará.
Chimpanzé: Sena está no local desde 1972. Com 63 anos, ele é acompanhado de perto por tratadores, médicos veterinários, biólogos e zootecnista. Acredita-se que o animal seja um dos mais velhos da espécie Pan troglodytes mantido em zoológicos no país. Sena recebe alimentação balanceada e, em certas épocas do ano, recebe suplementos vitamínicos para fortalecer a imunidade.
Enquanto o Parque não reabre para visitação, quem quiser conhecer outros animais pode acessar o Instagram do local e ficar por dentro da rotina dos animais.
PRESERVAÇÃO
O Parque é signatário de dois programas de conservação de espécies ameaçadas de extinção. Um deles é voltado para 25 espécies da fauna nativa brasileira, por meio de acordo de cooperação entre a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. O objetivo é garantir a manutenção e reprodução das espécies, formando uma população de reserva para que, no futuro, os animais possam retornar à natureza, em locais protegidos, como as unidades de conservação. Além disso, o local também colabora com o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas do Nordeste – PAN PriNE, voltado para seis espécies.
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