VALE DO SÃO FRANCISCO

Conheça a cerveja artesanal à base de mel criada por pesquisadores do IF Sertão de Pernambuco

Batizada comercialmente de "Royal Honey Beer", a bebida deu tão certo que a cervejaria PROA já registrou o produto no Ministério da Agricultura para a empresa Rei do Mel

Marcelo Aprígio
Cadastrado por
Marcelo Aprígio
Publicado em 22/02/2021 às 14:27
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM @ROYAL HONEY BEER
FÓRMULA Adição do mel das abelhas da caatinga criou um diferencial - FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM @ROYAL HONEY BEER
Leitura:

Nem só da exportação de frutas vive o Vale do São Francisco. O mercado cervejas artesanais tem crescido e ganhado cada vez mais força na região. Para se ter ideia do tamanho desse mercado com tendência de expansão, desde de 2017, centenas de pessoas se reúnem anualmente no Festival de Cerveja Artesanal do Vale do São Francisco, que na última edição contava com nada menos que 29 rótulos de 22 estilos diferentes de cervejas

Na esteira desse crescimento, alunos e professores do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) criaram uma cerveja própria, que tem atraído olhares de diversas partes do Brasil. Batizada comercialmente de “Royal Honey Beer”, a bebida foi desenvolvida no laboratório da própria instituição por uma equipe de pesquisadores coordenada pelo professor Marcos dos Santos Lima.

O diferencial do produto pernambucano está na fórmula, que conta com um ingrediente encontrado apenas no sertão, o mel produzido por abelhas que polinizam as flores da caatinga. “A ‘Royal Honey Beer’ é um produto novo, criado para valorizar o mel orgânico silvestre que já é produzido no sertão pernambucano e baiano, e exportado para a Europa”, afirma o professor, ressaltando que a ideia da cerveja, de estilo American IPA, deu tão certo que a cervejaria PROA já registrou o produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a empresa Rei do Mel, sediada em Remanso, na Bahia.

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM @ROYALHONEYBEER
CERVEJA A bebida foi desenvolvida no laboratório do câmpus Petrolina do IF Sertão-PE - REPRODUÇÃO/INSTAGRAM @ROYALHONEYBEER

Ajuda para pequenos produtores

De acordo com o proprietário da fábrica, Carlos Pires, a inserção do mel sertanejo na produção da cerveja artesanal é um estímulo aos pequenos produtores da região, que foram fortemente impactados com a queda da venda do produto no mercado internacional, por causa da pandemia de covid-19. "O produto, que logo de início teve uma excelente receptividade em eventos, tem grande potencial e é muito bem desenvolvido. Vai, inclusive, poder ajudar os pequenos apicultores do Vale”, diz Pires, frisando que a bebida, de fato, “é muito saborosa”.

O resultado foi comemorado pela aluna do curso de Tecnologia em Alimentos e uma das bolsistas do projeto Emilly Thayná. Foi uma experiência de grande responsabilidade, mas gratificante por pensar, produzir e participar de cada etapa da receita, e ver que tudo saiu conforme planejado e ainda com aceitação pelo público", conta ela.

O projeto, que é multidisciplinar e envolve cerca de 21 alunos dos ensinos médio, técnico e superior dos cursos das áreas de Alimentos, Computação, Química, Física e Eletrotécnica do câmpus Petrolina do IF Sertão-PE, é voltado para o atendimento de demandas do setor microcervejeiro e deve seguir até agosto deste ano testando novas fórmulas para o produto.

Novos ingredientes

Desde julho de 2019, os cervejeiros podem adicionar matérias-primas de origem animal na composição do produto, como leite, chocolate com leite e mel, o que permitiu o início do projeto no IF Sertão-PE. A permissão foi dada por meio de um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O documento, porém, não alterou o limite mínimo de utilização de malte de cevada e outros cereais na cerveja. Todos os critérios relativos à composição, à rotulagem e à classificação do produto continuam estabelecidos na Instrução Normativa (IN) 54/2001.

Assim, os chamados "adjuntos cervejeiros", que são as matérias-primas que substituem o malte ou o extrato de malte na elaboração da bebida, continuam limitados. Seu emprego não pode ser, em conjunto, superior a 45% em relação ao extrato primitivo.

DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
CERVEJA A bebida foi desenvolvida no laboratório do câmpus Petrolina do IF Sertão-PE - FOTO:DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
CERVEJA A bebida foi desenvolvida no laboratório do câmpus Petrolina do IF Sertão-PE - FOTO:DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
CERVEJA A bebida foi desenvolvida no laboratório do câmpus Petrolina do IF Sertão-PE - FOTO:DIVULGAÇÃO/IF SERTÃO-PE
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
NOVA DATA Votação ficou marcada para a próxima quarta, em dois turnos - FOTO:MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Comentários

Últimas notícias