*Matéria atualizada em 8 de janeiro, às 15h58
A cervejaria artesanal Ekäut e a sorveteria FriSabor, ambas pernambucanas, se uniram para lançar um picolé de cerveja. A novidade gelada foi anunciada em uma série de stories no Instagram da FriSabor na última quinta-feira (2).
Nesta quarta-feira (8), as empresas parceiras anunciaram que o lançamento oficial do picolé será feito em um happy hour para convidados, na quinta-feira (9), às 17h, na loja FriSabor da Avenida Domingos Ferreira, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.Durante o evento, haverá picolé do sabor Cerveja à vontade, além de cervejas da marca Ekäut.
O perfil da FriSabor no Instagram está realizando um sorteio para quem deseja ir ao evento de lançamento.
O produto é feito com a Ekäut American IPA. No site da cervejaria, a bebida é descrita como uma leitura das IPAs americanas adaptadas ao clima tropical brasileiro com uma dose generosa dos lúpulos Amarillo, Citra e Cascade e moderado teor alcoólico. Os detalhes sobre a comercialização do picolé ainda não foram divulgados.
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Nos stories do Instagram, a FriSabor mostrou o processo de produção do picolé, com as garrafas de American IPA indo direto da fábrica da Ekäut para as mãos do "mestre sorveteiro".
Veja como é feito o picolé de cerveja:
Consumo de sorvete no Brasil
De acordo com a Associação das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), mesmo com clima mais quente, o Brasil ainda consome pouco sorvete se comparado a outros países. A média é de 5,4 litros por por pessoa ao ano, enquanto nos Estados Unidos e Nova Zelândia esses números chegam a, respectivamente, 20,8 e 28,3 litros. O nosso País, ocupa o sexto lugar no ranking mundial. O consumo ainda limitado dos brasileiros é o que impulsona a expansão e a chegada de novos tipos de produtos.
A origem do sorvete é antiga e envolve várias teorias. Uma das mais aceitas é que a delícia vem da China, de um tempo em que a única tecnologia que existia para diminuir a temperatura e congelar os alimentos era proveniente da própria natureza, muito diferente de todo o aparato que existe atualmente.
No passado, os chineses tomavam bebidas de frutas esfriadas com gelo e neve. Séculos se passaram e o sorvete foi se tornando a sobremesa que hoje conhecemos, composta basicamente por leite, açúcar, gordura vegetal (o Brasil é um dos poucos países que ainda a utilizam), estabilizantes e emulsificadores. Estes dois últimos é que ajudam a manter a textura ideal do produto.
Produção de sorvete passa por várias etapas
Em Pernambuco, indústrias locais veem na delícia a oportunidade de expandir os seus negócios. Seja com a produção em larga escala, como na Zeca’s, ou com o apelo artesanal da FriSabor, o sorvete precisa passar por várias etapas para se transformar no produto que compramos: geladinho, cremoso e saboroso.
E a tecnologia é mais do que necessária em todos os processos, principalmente no que diz respeito ao controle do que acontece na mistura, em nível molecular. A primeira fase é a união dos ingredientes.
Logo, é a hora do aquecimento para cerca de 85 graus. Depois desse processo, há a homogeneização – quebra da gordura em micropartículas. “Essa fase permite que o sorvete fique com uma melhor textura”, diz o superintendente industrial da Zecas, Renan Terra.
A próxima etapa é a pasteurização: o resfriamento instantâneo para 3 graus em uma média de 25 segundos. Dependendo do porte da empresa, a tina que armazena essa mistura pode ter entre 200 a 5 mil litros. “Nesse processo, ainda não adicionamos as frutas porque elas são sensíveis à temperatura”, diz o gerente industrial da FriSabor, Márcio Coutinho.
Da tina de pasteurização, a calda (como é chamado o mix de ingredientes) vai para a de maturação. “É lá que a gente faz a saborização com frutas como morango e coco.” Como o chocolate é uma gordura, ele é adicionado no processo anterior. No tanque de maturação, a calda passa em torno de oito horas para incorporar sabor. “Fica cerca de 4 graus para ficar com melhor consistência e não haver risco de contaminação”, afirma Renan.
Na Zeca’s, comandada por Paulo Roberto Silva (carinhosamente conhecido como Seu Paulo), a calda fica 24 horas em repouso. É nesse momento em que diversas reações acontecem, como intensificação do sabor, a ação dos estabilizantes e emulsificantes e a cristalização da gordura, o que resulta num sorvete mais cremoso, macio e saboroso. Na empresa, há a capacidade de produzir mensalmente 1,8 milhão de litros de sorvete e 2 milhões de unidades de picolé.
Mas o processo não acaba aí para o sorvete. Depois, a calda ainda segue para uma batedeira, que faz o congelamento do sorvete. “Não é só uma calda resfriada. Existe outra matéria prima, que é o ar”, explica Márcio. A esse processo de adição de ar, é dado o nome de overrun. “Se eu pegasse uma calda e simplesmente congelasse, viraria picolé”, complementa.
O que caracteriza o sorvete é a quantidade de ar adicionado, que muda de acordo com o fabricante. O overrun é necessário. Por prezar por um gelado mais artesanal, a FriSabor, dirigida por Graça e Eduarda Petribu, usa de 30% a 50% de overrun. “Alguns fabricantes utilizam 100%. Ou seja, para cada 5 litros de calda, 5 litros de ar”, comenta Márcio. Um sorvete premium tem quantidade de ar mínima – o necessário para dar a cremosidade. “Na fase da batedeira, o sorvete é adicionado líquido entre 0 e 5 graus. E sai pastoso a 5 graus negativos.”