A década que acabou em 2020 ficou marcada pelo crescimento exponencial do número de microempreendedores individuais (MEIs) formalizados em Pernambuco. Ao todo, foram mais de 327 mil novos registros, um crescimento de 1.244%, segundo dados da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq). Os dados, divulgados nesta sexta-feira (12), colocam o estado em oitavo lugar entre os que mais crescem em microempreendedorismo no Brasil, e em segundo no Nordeste, atrás apenas da Bahia, que tem uma população maior, com mais de 15 milhões de habitantes.
Em 28 de fevereiro de 2021, o número de MEIs no estado já correspondia a 366.581. No fim de 2010, a quantidade era um pouco maior que 28 mil apenas. De acordo com a Seteq, 18,5% das formalizações são de pessoas que começaram a empreender entre 2020 e 2021, apesar dos impactos negativos sobre a economia em decorrência da pandemia de covid-19.
Para ajudar quem decidiu abrir o próprio negócio, a secretaria criou a plataforma digital Compre PE (comprepe.pe.gov.br). O site dá visibilidade aos microempreendedores pernambucanos e é focado no mercado local. A loja virtual mostra os contatos de telefone e as redes sociais de cada empreendimento e MEI ou prestador de serviço.
“Criamos esta plataforma pública e gratuita com o objetivo de gerar renda e emprego para os pernambucanos, para dar visibilidade a tanta beleza que existe nos municípios do Estado e na nossa capital”, disse o titular da Seteq, Alberes Lopes.
Para se cadastrar na plataforma ou tirar dúvidas é possível utilizar o próprio site, o e-mail: atendimento@seteq.pe.gov.br ou os telefones (81) 98494-2858/3184-7880.
MEIs no Brasil
No país, 79,3% das empresas que nasceram em 2020 (2,6 milhões) foram MEIs para operar principalmente no varejo de vestuário e acessórios, promoção de vendas, cabelereiros e manicures, fornecimento de alimentos preparados para consumo doméstico e ainda para obras de alvenaria, segundo o Sebrae.
De acordo com a entidade, o total de registros de microempreendedor individual atingiu a marca de mais de 11 milhões no Brasil, o maior número dos últimos cinco anos, um crescimento já esperado em tempos de recessão econômica e de busca de alternativas de renda e de ocupação.
Renda dos MEIs
Apesar de garantir alguma fonte de renda em meio à crise, os microempreendedores individuais ainda enfrentam obstáculos em termos de faturamento. Segundo pesquisa divulgada pela Neon, responsável pela plataforma MEI Fácil, 53% destes empreendedores viviam com até R$ 1 mil reais por mês no fim de 2020.
Ainda segundo a pesquisa, nos últimos meses, 52% dos empreendedores individuais buscaram auxílio financeiro com parentes e amigos. E apenas um em cada cinco obteve empréstimo com bancos ou instituições financeiras tradicionais.
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