Golpe virtual

Golpe do Amor está com tudo na pandemia, saiba identificar os sinais

Fraude começa com um relacionamento à distância pelas redes sociais, alerta Receita Federal

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Marília Banholzer

Publicado em 27/04/2021 às 17:10 | Atualizado em 27/04/2021 às 17:15
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O chamado Golpe do Amor não é novo, mas na pandemia ele está mais frequente. Por causa disso, a Receita Federal em Pernambuco emitiu um alerta nesta terça-feira (27) para que as pessoas fiquem mais atentas para não cair em fraudes e saibam identificar os sinais deixados pelos golpistas.

Em resumo, um fraudador cria uma conta falsa nas redes sociais e sites de relacionamento, escolhe uma vítima e inicia um relacionamento amoroso. Na maior parte das vezes, o criminoso diz que mora em outro país e que tem uma vida estável financeiramente.

A partir do momento que há uma relação de confiança com a vítima, o golpista diz que enviará presentes, como um anel de noivado. É neste momento que o suposto pacote fica retido na Receita Federal, entidade que regula a entrada de produtos estrangeiros no Brasil, e o fraudador diz que precisa que a vítima envie uma quantia para que ele pague a entidade e, assim, a encomenda possa chegar ao seu destino.

 

O valor solicitado, de acordo com a Receita Federal, gira em torno de R$ 2.500 e R$ 4 mil. Após depositar a quantia na conta do fraudador, a vítima procura a Receita para receber o pacote enviado e descobre que se trata de um golpe.

De acordo com a auditora fiscal Ana Helena Cunha, que atua com inspetora substituta da Receita Federal no Aeroporto do Recife, embora os primeiros casos tenham sido identificados há pelo menos dois anos, no período da pandemia da covid-19 a identificação das fraudes tem sido, pelo menos, 50% maior.

"Como as pessoas estão mais reclusas, carentes e conectadas, temos notado um aumento significativo de fraudes deste tipo. Por isso estamos chamando atenção para o golpe novamente. Antes era algo eventual, agora se tornou comum que pessoas cheguem às agências e depois percebam que foram vítimas de fraude", conta Ana Helena.

Variáveis de um mesmo golpe

A Receita Federal conta que existem duas variáveis do Golpe do Amor. Nas duas, o fraudador também se envolve emocionalmente com a vítima e pede dinheiro para resolver alguma pendência. Uma delas é o "Golpe da Doença Trágica", quando o farsante alega que foi acometido subitamente por uma doença e solicita a transferência de recursos para seu tratamento de saúde, uma vez que seus bens estão retidos na Receita Federal e que levarão um prazo para serem liberados.

Outra variável do golpe é a "Promessa de Trabalho", quando o golpista simula um falso contrato de trabalho e solicita uma transferência de recursos para a liberação de equipamentos de informática e de escritório, enviados para a vítima, que também estariam retidos pelo órgão, para que a pessoa possa exercer a atividade laboral à distância, em home office.

De acordo com a inspetora da Receita Federal, é imprescindível desconfiar desse tipo de pedido de pagamentos. "A Receita Federal não exige qualquer pagamento em espécie ou por meio de depósito em conta-corrente. Se alguém lhe enviou algo que ficou retido, peça o código de envio, procure uma das nossas agências para ter certeza que o volume foi enviado", alerta Ana Helena.

Quando uma vítima é identificada, a Receita orienta que a pessoa lesada procure a polícia para que seja aberta uma investigação, mas não registra formalmente os casos. "É difícil, nessas ocasiões que envolvem algum tipo de sentimento entre a vítima e o fraldador, avisar que se trata de um golpe. Mas nós vamos fazendo algumas perguntas e levando a pessoa a entender por si só que foi vítima de uma fraude", comenta Ana Helena.

Como identificar o Golpe do Amor:

  • A vítima é escolhida pela quadrilha;
  • Começam as tratativas amorosas com a troca de fotos entre a vítima e o farsante;
  • O homem relata que está apaixonado e que quer dar um presente, se mudar para o Brasil para viver com a vítima ou ainda oferece uma proposta de emprego a distância;
  • Diz que está enviando para o Brasil uma caixa com presentes (numerários, joias, etc), sua mudança ou equipamentos de escritório, e que estas remessas estariam retidas pela Receita Federal e que, para retirá-las, a vítima tem que fazer uma transferência ou pagar algum valor (geralmente em torno de R$ 2.500,00 a R$ 4.000,00);
  • A vítima realiza a transferência e se dirige até a Receita Federal em busca de informações sobre as supostas remessas postais (presentes, bens em mudança, ou equipamentos) e descobre que foi vítima de um golpe.

Orientações

Nos casos de encomendas enviadas por Remessa Expressa, pode-se confirmar se a empresa está habilitada no Brasil através do site: https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/encomendas-e-remessas/remessa-expressa/empresas-autorizadas-a-operar-na-modalidade-remessa-expressa. Em caso de dúvidas, o contribuinte pode enviar seu questionamento ou contatar as Unidades de Atendimento da Receita Federal.

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