O presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, vê com preocupação o aumento médio de 11,98% autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para consumidores de energia de alta tensão, como indústrias e comércio de médio e grande porte. Essinger chamou de “punição” um aumento neste percentual para um setor que vem enfrentando retração durante a pandemia. “Parece uma punição porque o maior aumento é para o setor industrial. Para muitas indústrias, dependendo do setor, a energia representa 40%, 50% do seu custo, por exemplo a siderúrgica, o setor de plástico, e a metal mecânica”.
ALTERNATIVAS
Essinger lembra que há poucas alternativas para o empresário contornar o novo aumento de energia. “Quem pode substituir a energia elétrica pelo gás natural já o fez, outro caminho seria reduzir a produção, mas aí o faturamento também cai. Muita gente vai ter dificuldade até de sobrevivência porque muitas empresas não conseguem absorver e nem aguentam esse repasse de aumento de custo para a produção”, alertou o presidente da Fiepe. Sobre o gás natural, a Petrobras já havia anunciado no início deste mês um aumento de 39% no preço do produto vendido para as distribuidoras. O aumento do gás natural entra em vigor dia 1º. de maio e a expectativa é que o percentual de aumento para a indústria fique em 18%.
Para Ricardo Essinger, o problema está na composição de preços da energia elétrica. Para ele existe uma série de encargos sobre a conta de energia. “Você tem uma geração barata mas uma energia cara por conta dos encargos setoriais. Coisa que não é inerente ao setor. Por exemplo, você tem taxa de iluminação pública, e muitas vezes a indústria nem fica na cidade, num área onde existe esse tipo de serviço”, afirmou o presidente da Fiepe.
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