PRODUTIVIDADE

Empresários respondem o que leva à falta de competitividade e baixos investimentos nos negócios em Pernambuco

Levantamento aponta principais gargalos para os setores econômicos no Estado a partir da relação com órgãos públicos

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Lucas Moraes

Publicado em 27/05/2021 às 18:37 | Atualizado em 27/05/2021 às 18:40
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Em meio à pandemia da covid-19, com o fechamento de vários negócios e uma taxa de desemprego recorde registrada no Brasil e em Pernambuco, melhorar o ambiente de negócios é algo fundamental. A transformação só é possível com a integração em os entes públicos e privados e, no Estado, o Comitê de Desburocratização do Sistema LIDE Pernambuco deu um primeiro passo ao identificar os principais problemas para o empresariado e agrupá-los para ir em busca de melhorias. 

Nesta quinta-feira (27), foi apresentado o resultado da pesquisa "Desburocratização - Como o empresariado avalia a prestação de serviços públicos em Pernambuco". O estudo, inédito, aponta a visão de 148 empresários do Sistema LIDE no Estado sobre os principais entraves em 12 áreas e instituições públicas estaduais. 

Na avaliação dos empresários, 49% deles do setor de serviços; 19%, indústria;18%, comércio e 5% atuantes no agronegócio, Pernambuco tem hoje um grande problema no antedimento às demandas da iniciativa privada em órgãos como a Agência Estadual do Meio Ambiente (62%) e o Judiciário Estadual (62%), além da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (61%) e a secretaria municipal do Meio Ambiente (61%). 

Já no que diz respeito ao atendimento, transparência e disponibilização de informações, o maior problema está nas demandas do Judiciário Estadual (80%), licenças ambientais estaduais (78%), licenças ambientais municipais (73%) e acesso à capital incentivado (72%). 

"Os empresários do agronegócio reclamam mais da falta de complementariedade ente os agentes e entidades públicas, além da maturidade do mercado para haver uma menor intervenção. Já no comércio, é destacada mais a falta de qualificação dos servidores públicos, enquanto que nos serviços, praticamente 50% apontam o baixo nível de digitalização dos serviços públicos como entrave", aponta o pesquisador do Sistema LIDE Pernambuco, Maurício Garcia, responsável pelo estudo. 

Como resultado dos entraves burocráticos, os empresários concluem péssimos resultados para o desenvolvimento da economia de Pernambuco. Para a indústria, há um reflexo direto na perda de competitividade. O comércio e serviços passam a viver uma dinâmica de prazos elevados que travam o dinamismo do setor, enquanto a cadeia do agronegócio passa a lidar com as dificuldades de atração de investidores e, consequentemente, baixo nível de investimento. 

A maioria dos respondentes (63%) veem como impacto a baixa atratividade para captação de investidores, assim como prazos elevados (63%). A perda de competitividade no cenário nacional é indicada por 59%, enquanto a perda no cenário global é uma consequência para 51% deles. 

"À medida que feridas são mostradas, a gente pode curá-las e trazer um melhor ambiente de negócios e desenvolvimento econômico. É importante que seja mais rápido, porque estamos precisando disso. Hoje saiu PNAD (pesquisa do IBGE sobre desemprego), com Brasil e Pernambuco registrando recordes. Isso só pode mudar com vacinação rápida, mas também melhoria do ambiente de negócio para que estejamos à frente na atração de investimentos. Quem são nossos concorrentes são estados vizinhos, aqui no Nordeste quem se prepara melhor consegue atrair esses investimentos", alerta o economista do comitê, Écio Costa. 

AÇÃO

Com os dados levantados, o comitê agora se prepara para dar início a uma série de discussões em busca da melhoria do ambiente econômico pernambucano. De acordo com o presidente do Comitê de Desburocratização, Ronnie Duarte, essa é uma fora uma das premissas para criação do comitê este ano.

"Agora que temos os dados, temos reunião marcada precisamente para poder identificar quais serão os próximos passos. Temos representantes para fazer um plano de ação com sugestões a serem apresentadas ao governo do Estado, ao Recife e Jaboatão dos Guararapes. que já se comprometeram a construir com o LIDE uma agenda comum", reforça Duarte.  

A pesquisa do LIDE foi realizada totalmente online, entre os meses de abril e maio de 2021, e tem margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. 

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