IPCA

Inflação de setembro é a maior em 27 anos; veja o que mais subiu

No Recife, a taxa do IPCA acelerou 1,10% no último mês. Em 12 meses, taxa já passa dos 10%

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 08/10/2021 às 9:51
MARCELO CAMARGO/ AGÊNCIA BRASIL
UM CHOQUE No País, o IPCA foi puxado pelo grupo Habitação (2,56%), que teve como destaque o custo da energia elétrica e sua alta de 6,47% - FOTO: MARCELO CAMARGO/ AGÊNCIA BRASIL
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O mês de setembro fechou com a maior taxa de inflação para o período dentro de 27 anos. Desde 1994, o Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não atingia um resultado tão expressivo. Em setembro de 2021, a o IPCA ficou em 1,16%, 0,29 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,87% registrada no mês de agosto. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro, sendo puxados pelo grupo Habitação, com impacto da energia elétrica. 

No ano, o IPCA acumula alta de 6,90% e, nos últimos 12 meses, de 10,25%, acima dos 9,68% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a variação mensal havia sido de 0,64%.

No País, o IPCA foi puxado pelo grupo Habitação, que teve como destaque o custo da energia elétrica. O resultado do grupo Habitação (2,56%) sentiu a alta de 6,47% da energia. Em setembro, passou a valer a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Em agosto, a bandeira vigente era a vermelha patamar 2, na qual o acréscimo é menor (de R$ 9,492 para os mesmos 100 kWh). Além disso, houve reajustes tarifários. 

>>> Veja aqui o que mais subiu no mês de setembro

Além do grupo Habitação, vieram Transportes (1,82%) e Alimentação e Bebidas (1,02%), cujos impactos foram de 0,38 p.p. e 0,21 p.p. respectivamente. Esses três grupos contribuíram, conjuntamente, com cerca de 86% do resultado de setembro (1,0 p.p. do total de 1,16).

Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Educação e a alta de 0,90% em Artigos de residência.

RECIFE

No Recife, o IPCA ficou em 1,10%, alcançando os 10% em 12 meses. No ano, a inflação no Recife já chega aos 7%. Na capital pernambucana, o grupo Habitação avançou 3,26%. Seguido pelas altas em Transportes (1,99%) e Alimentação e Bebidas (1,10%). 

No ano, a inflação do grupo Transportes já vai a 13,74%. Habitação registra 11,43%, enquanto o grupo Alimentação e Bebidas tem taxa de 6,55% no acumulado do ano. O único grupo com deflação foi o de Comunicação (-0,18%). 

A Região Metropolitana do Recife teve a sexta menor inflação do País. No acumulado do ano, a inflação da RMR ocupa a sétima posição no ranking das capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, com 7%. A porcentagem é pouco maior em comparação à média brasileira, de 6,9%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA do Grande Recife teve aumento de 10%, próximo ao do Brasil (10,25%).

“Além da implantação da bandeira de escassez hídrica, as tarifas de água e esgoto foram reajustadas em 8,07% a partir de 19 de agosto. No mesmo período, o preço do gás de botijão subiu 4,36%”, justifica a gerente da pesquisa em Pernambuco, Fernanda Estelita. 

No IPCA de setembro, os produtos e serviços que tiveram maior aumento foram as passagens
aéreas (36,03%) e o transporte por aplicativo (25,87%), que impactaram o grupo de transportes como um todo. Em seguida, estão os artigos de maquiagem (13,37%), a batata- doce (11,40%) e o café moído (10,19%). A taxa de água e esgoto está na sexta posição.

Por outro lado, todas as mercadorias com maior queda nos preços são do grupo de alimentos e bebidas: a cebola (-24,82%), o cheiro-verde (-16,90%) e o tomate (-12,18%).

 

 

 

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