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Inflação alta e queda na renda das famílias derrubam vendas de grandes empresas varejistas no Brasil em 2021

A perda do poder de compra do consumidor é citada no balanço das empresas no terceiro trimestre de 2021

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Adriana Guarda

Publicado em 12/11/2021 às 17:01 | Atualizado em 12/11/2021 às 17:02
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O aumento da inflação, que corrói o poder de compra da população, está sendo percebido no dia a dia das grandes redes varejistas do Brasil nos mais diversos segmentos. Reportagem do Valor mostra que várias empresas, estão justificando em seus balanços, que a queda na receita é resultado da perda de rendas das famílias, graças à escalada da inflação. Essa ponderação está no relatório de resultados de empresas como Carrefour, Pão de Açúcar, Marisa e Casas Bahia. Além dessas, outras estão com estoques altos, a exemplo da Magazine Luiza.

O Carrefour, no seu relatório para o período de julho a setembro de 2021, menciona “um ambiente extremamente volátil e com deterioração do poder de compra dos consumidores”. O texto cita que a inflação alimentar dos últimos 12 meses “continuou persistentemente elevada, em 14,7% em setembro, de acordo com dados do IBGE”. “A elevada inflação alimentar que o mercado vem enfrentando desde o ano passado continuou no terceiro trimestre de 2021”, afirma.

Segundo a rede varejista, “a elasticidade dos consumidores ao preço diminuiu, especialmente nos produtos básicos”. Para manter a competitividade, o Carrefour continua investindo no seu conhecimento do mercado, no poder de compra da rede e nas iniciativas promocionais.

EM BUSCA DE PROMOÇÕES

De acordo com o Valor, "o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, atribuiu à retomada das promoções e ao reposicionamento de preço regular a redução na margem de lucro no terceiro trimestre. A estratégia foi adotada, segundo a empresa, “para mitigar os efeitos da forte inflação alimentar, o alto nível de desemprego e a maior concorrência com cash and carry (o atacarejo)". Em outro momento, o relatório de resultados cita que foi feito “um maior investimento em preço na operação brasileira” por causa da deterioração do cenário macroeconômico com alto nível de inflação e desemprego.

Ainda segundo o Valor, em setembro, as vendas de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, caíram 1,5% em volume, mas tiveram variação de 0,1 em receita, segundo o IBGE. A diferença sugere o efeito da inflação. Os consumidores gastaram o mesmo montante de recursos, mas só foi possível garantir uma quantidade menor de produtos, já que as mercadorias subiram de preço. A percepção da alta da inflação também está presente nos setores de vestuário e eletrodomésticos.

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