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Após fala de Bolsonaro, Petrobras diz que 'não há nenhuma decisão' sobre preços dos combustíveis

No domingo (5), Bolsonaro disse em entrevista que a empresa vai anunciar redução no preço de combustíveis nesta semana

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 06/12/2021 às 11:00
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
Preço da gasolina nos postos de combustíveis na cidade do Recife - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar que o preço dos combustíveis deveria cair nos próximos dias, a Petrobras informou nesta segunda-feira (6) que "não há nenhuma decisão tomada" sobre novos reajustes nos valores praticados. A estatal também afirmou que não antecipa decisões sobre sua política de preços.

"A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais. A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", informou a estatal, em comunicado", disse a estatal, em nota.

"A Petrobras, em relação às notícias veiculadas na mídia a respeito de expectativa de novos reajustes nos preços de combustíveis, esclarece que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes", completou.

Em outro trecho do comunicado, a empresa afirma que "reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais."

Política de preços

A Petrobras esclareceu que "ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes".

Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.

No comunicado divulgado nesta segunda, a petroleira reitera um "compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais".

Declaração de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras vai anunciar uma redução no preço dos combustíveis a partir desta semana. A declaração foi feita após ele criticar o aumento nos preços e falar até em privatizar a estatal.

"A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível", afirmou Bolsonaro ao site Poder360. De acordo com a reportagem do portal, o presidente não deu detalhes sobre o porcentual de redução, mas declarou que a queda deve seguir por algumas semanas.

Ele ainda vinculou a situação à pressão de prefeitos para que os valores caiam e diminuam o impacto no custo do transporte coletivo, que deve ser reajustado em janeiro. "O que eu tenho ouvido eles reclamarem é que, com o aumento do combustível, aumenta o preço da passagem. Mas seria bom eles procurarem os governadores", disse ao site.

A possibilidade de redução nos preços foi citada pelo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, durante audiência pública no Senado no último dia 23. Pressionado por senadores, Silva e Luna afirmou na ocasião que a empresa estava há 30 dias sem reajustar os preços e que analisava se faria uma redução.

Pressionado por prefeitos e congressistas, Bolsonaro tem feito críticas ao aumento nos combustíveis e apontado responsabilidade de governadores, em função da cobrança do ICMS, imposto arrecadado por Estados. Em algumas ocasiões, o presidente chegou a criticar a política de preços da Petrobras e falou que a empresa "só dá dor de cabeça".

"É muito fácil, 'aumentou a gasolina, culpa do Bolsonaro'. Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Tenho vontade, vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer", disse o presidente em outubro. "Eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha."

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