CUSTO DE VIDA

Combustível continua aumentando a inflação em novembro, como mostra o IPCA-15

Gasolina teve uma alta de 8,97% contribuindo para a alta da inflação. Os transportes apresentaram maior aumento no acumulado do ano e nos últimos 12 meses

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 25/11/2021 às 14:52
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
PERNAMBUCO Governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), está entre os que aderiram à prorrogação do congelamento do ICMS dos combustíveis - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou uma alta de 1,23% no IPCA-15, que é a prévia da inflação para o mês de novembro. Os transportes - o que inclui os combustíveis -  continuam sendo os principais responsáveis pelo aumento do custo de vida. O percentual registrado na RMR foi maior do que a média nacional que ficou em 1,17%.  "As pessoas não têm como escapar de uma alta no preço dos combustíveis que atinge até quem não tem carro, porque fica tudo mais caro", explica a gerente de Planejamento e Gestão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fernanda Estelita. O setor de transportes registrou uma alta de 3,66% e a gasolina foi o produto que mais impactou a inflação com uma alta de 8,97%. Entre os produtos e serviços pesquisados, o maior percentual individual ficou com o transporte por aplicativo que teve uma alta de 20,06%. 

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"É alto o reajuste da gasolina porque já incide sobre meses de aumentos sucessivos. A nossa malha de distribuição dos produtos é rodoviária e aí o aumento da gasolina e do diesel sempre acabam sendo repassados ao consumidor na compra de um alimento, remédio etc", comenta Fernanda. No IPCA-15 de novembro, o diesel subiu 6,64% e o etanol apresentou uma redução de 1,62%. As passagens aéreas apresentaram uma redução de 10,81%. "Isso fez com que o setor de transportes não subissse mais", revela Fernanda.

No Brasil, os preço dos  combustíveis, em tese, são regulados pelo governo federal. No entanto, a Petrobras - que pertence à União - optou por repassar ao consumidor brasileiro a alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional. É o maior preço dos últimos três anos. A alta do dólar também contribuiu para os brasileiros acabarem pagando mais reais pela mesma quantidade de combustível importado. O setor de transportes lidera os rankings da inflação tanto na variação acumulada do ano quanto no acumulado dos últimos 12 meses.

Ainda no IPCA-15 de novembro, o setor de vestuário registrou um alta de 2,40%. "Os produtos deste setor apresentaram um baixo consumo durante grande parte da pandemia, porque as pessoas estavam muito reclusas. Com a retomada da economia e a chegada do verão, ocorreu um aumento da demanda que está contribuindo para os preços subirem", afirma Fernanda. 

Outro grupo que estava registrando grandes altas era o dos alimentos, mas o crescimento deste setor foi de 0,38% no IPCA-15 de novembro, que compara com o mês anterior. "Os alimentos tiveram uma série de aumentos sucessivos. E agora não há mais margem para aumentos. E os alimentos têm um peso grande na inflação", revela Fernanda. No ano passado, os alimentos foram os principais responsáveis pela inflação.  

Também resgistraram altas: vestuário (2,4%),  artigos de residência (1,32%), saúde e cuidados pessoais (0,75%), despesas pessoais (0,58%), comunicação (0,54%) e alimentação e bebidas (0,38%). Desta vez, a categoria habitação, que puxou a inflação para cima nos últimos meses, teve a alta menos expressiva, de 0,37%. “A energia elétrica e o gás de cozinha têm o maior peso no índice da habitação. Na prévia de novembro, ainda temos a influência da redução do PIS/Cofins na conta de luz, ocorrida em outubro. O gás de botijão, no entanto, subiu 3,62%”, pontua Fernanda Estelita.

Entre os produtos e serviços com maiores reajustes, está o transporte por aplicativo, cuja
variação de preço entre outubro e novembro foi de 20,06%, além do tomate, com alta de
13,81%, chocolate em barra e bombom (12,11%), batata-inglesa (9,9%) e a gasolina, item
com maior impacto individual na inflação (8,97%).

Por outro lado, a maior queda de preços em novembro ficou por conta das passagens aéreas (-
10,81%). Este tinha sido o item que mais havia aumentado de preço em outubro. Em segundo
lugar, está a banana prata (-8,63%), a costela (-6,56%), a melancia (-6,12%) e a banana-da-
terra (-5,44%).

ACUMULADO

No acumulado do ano, por outro lado, a Região Metropolitana do Recife (RMR) ficou em quartolugar no ranking das maiores altas do IPCA-15, com 10,20%, acima da média nacional (9,57%) e atrás de Curitiba (10,91%), Porto Alegre (9,38%) e Fortaleza (9,06%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, o Grande Recife está novamente na quarta posição, com alta de 11,30%, também acima da média brasileira (10,73%).

O IPCA-15 mede as variações de preço em nove grupos de produtos e serviços cujos preços foram coletados entre 14 de outubro e 12 de novembro. Todos tiveram alta, exceto Educação, cujos índices tiveram queda de 0,03%, próxima à estabilidade, impactado pela redução de 3,55% nos artigos de papelaria. 

 

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