Enquanto o consumidor mais dinheiro para encher o tanque do seu automóvel, o governo federal vai arrecadar R$ 70 bilhões sobre os combustíveis este ano, numa estimativa feita pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Isso é quase o dobro do que o governo federal recebeu em 2020 sobre os combustíveis, que inclui impostos, royalties, participações especiais e os dividendos da Petrobras. O preço dos combustíveis (como gasolina e diesel) não param de subir e um dos motivos disto é a política de preços adotada pela Petrobras que repassa a alta do preço do barril do petróleo no mercado internacional para o consumidor final.
O barril de petróleo está com o preço superior a US$ 80, sendo o maior preço dos últimos três anos. O Brasil importa uma parte do petróleo que consome. E, também a alta do dólar - que está valendo mais de R$ 5,50 - deixa o preço do petróleo ainda mais caro (em reais) para os brasileiros.
O governo ganha dinheiro sobre os combustíveis de três maneiras: a arrecadação dos impostos (que vem embutidos no preço final pago pelo consumidor), dividendos da Petrobras e royalties. O estudo mostra que a União arrecadou R$ 15,2 bilhões com PIS e Cofins entre janeiro e setembro deste ano; R$ 23 bilhões foi a parcela do lucro que a estatal distribuiu para os acionistas, sendo que o maior deles é o próprio governo federal; e R$ 31,9 bilhões serão pagos em participação especial e royalties previstos até o fim deste ano. Estes recursos são pagos pelas petrolíferas à União para terem o direito de explorar o petróleo.
Ainda de acordo com o levantamento, a União recebeu R$ 36,2 bilhões em todo o ano de 2020 com a arrecadação de PIS e Cofins sobre os combustíveis, dividendos da Petrobras, participação especial e royalties.
Para o leitor ter uma ideia de como o preço da gasolina subiu, em outubro último o preço médio pelo litro ficou em R$ 6,447, segundo um levantamento da Ticket Log. Isso representou um aumento de 40% comparando outubro de 2021 com o mesmo mês do ano passado. A inflação medida pelo IPCA nos últimos 12 meses ficou em 10,25%, que é a inflação oficial do País.
POLÍTICA
Como tudo no Brasil acaba sendo politizado atualmente, o presidente da República, Jair Bolsonaro (oficialmente sem partido) já disse que a culpa da alta dos combustíveis era dos Estados, que cobram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os governadores decidiram congelar os valores cobrados pelo ICMS por 90 dias, porque é um percentual em cima do valor total. Quando o valor aumenta, aumenta o recolhimento do ICMS.
A sugestão dos secretários de fazenda dos Estados é fazer um fundo de equalização de preços para tentar amortecer os aumentos dos preços dos combustíveis no Brasil. "Isso seria um amortecedor para as demandas de elevação de preços da Petrobras em virtude da volatilidade do dólar . Ele funcionaria
como um colchão de segurança para as flutuações da moeda americana no preço da gasolina e do diesel", resume o secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha.
Brasileiro paga 40% a mais no preço da gasolina em outubro último, comparando com o mesmo mês de 2020, diz Ticket Log
O aumento registrado na pesquisa é cerca de quatro vezes maior do que a inflação registrada pelo IPCA, que ficou em 10,25% nos últimos 12 meses
O mês de outubro fechou com o litro da gasolina custando R$ 6,447, um aumento de 40% se comparado ao mesmo período de 2020 e de 3% em relação ao fechamento de setembro, como mostra o último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL). Ao comparar o valor com o último período de baixa, registrado no mês de abril deste ano, em que a gasolina estava custando R$ 5,699, a alta chega a 13%. Com média de R$ 5,449 o preço do etanol também não recuou, e continua 19% mais caro em relação a abril.
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O aumento de 40% no preço, quando se compara o outubro de 2021 com o de 2020, é quatro vezes maior do que a inflação oficial dos brasileiros que ficou em 10,25% nos últimos 12 meses (encerrando em outubro último), segundo o Índide Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. E um dos motivos que estão contribuindo para a inflação é a alta nos preço dos combustíveis.
“Estamos chegando ao final do ano com o preço dos combustíveis pesando cada vez mais no bolso do consumidor. Com o reajuste médio de 7%, anunciado recentemente para a gasolina no repasse às refinarias, novos reflexos estão por vir nas primeiras semanas de novembro”, explica o diretor de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
Nenhum Estado registrou redução no preço da gasolina. O que apresentou maior aumento no período foi o Amapá, com o valor do litro passando de R$ 5,610 para R$ 5,970, um acréscimo de 6,42% em comparação com setembro, de acordo com a Ticket Log.
Já o Estado que liderou a alta no valor do etanol foi o Paraná, deixando para trás o valor de R$ 4,858 da média de setembro e chegando a R$ 5,055, um aumento de 4,6%.
A Região Sul continua registrando o menor preço médio da gasolina, mesmo com avanço 3,03%, vendido a R$ 6,256. Já o etanol teve o Centro-Oeste como a região com a menor média, comercializado a R$ 5,145 nas bombas.
No recorte por região, o etanol é aproximadamente 9% mais barato no Centro- Oeste, se comparado à Região Sul. Já a gasolina, é cerca de 5% mais barata no Sul em relação ao Centro-Oeste.
O etanol mais caro do País foi comercializado no Rio Grande do Sul, com o valor de R$ 6,310 e o mais barato em São Paulo, vendido a R$ 4,684. Já a gasolina mais barata por R$ 5,970 foi registrada no Amapá, e a mais cara no Piauí, por R$ 6,894.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas para simplificar os processos diários.
A Ticket Log é uma marca da Edenred, empresa global e digital de serviços e pagamentos. Líder em seu segmento, conecta mais de 50 milhões de usuários, 2 milhões de estabelecimentos e mais de 850 mil empresas-clientes, em 46 países, administrando transações de mais de 7,1 bilhões de litros de combustível por ano.
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