DESEMPENHO DO PIB

O PIB de Pernambuco se mantém estável. Cresceu 0,7% , comparando com o trimestre anterior

Uma parada de manutenção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) por 45 dias impactou o desempenho da economia pernambucana - que ficou estável - no terceiro trimestre deste ano

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 06/12/2021 às 13:50
TAIS PEYNEAU/AGÊNCIA PETROBRAS
Uma manutenção de 45 dias na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) influenciou a taxa de crescimento do PIB pernambucano no terceiro trimestre de 2021 - FOTO: TAIS PEYNEAU/AGÊNCIA PETROBRAS
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O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco se manteve praticamente estável com um acréscimo de 0,7% no terceiro trimestre deste ano com relação ao trimestre anterior. "Isso significa que a economia pernambucana não está apresentando uma recessão técnica, como ocorreu com a brasileira", explica o diretor de Estudos e Pesquisas da Agência Condepe Fidem, Maurílio Lima. O PIB brasileiro registrou, respectivamente, uma queda de 0,1% e 0,4% no terceiro trimestre e segundo trimestre deste ano. Comparando com o terceiro trimestre de 2020, a economia pernambucana registrou um incremento de 2,4% no terceiro trimestre deste ano. No entanto, esta comparação não é interessante porque a base da economia estava muito deprimida no ano passado devido ao impacto que a grande crise provocada pela pandemia do coronavírus provocou em quase todas as atividades econômicas.

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No terceiro trimestre deste ano, o que mais puxou a economia pernambucana para baixo foi uma queda de 72% na produção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), de acordo com o Condepe/Fidem. "Isso significa que a refinaria passou a produzir o equivalente ao que fabricava quando começou a operar em dezembro de 2014", comenta Maurílio. Aquela planta industral passou por uma parada de manutenção de 45 dias a partir da segunda quinzena de julho. A refinaria processa, em média, 115 mil barris de petróleo por dia. O impacto ocorre pela quantidade da produção que é grande e também pelo valor, porque combustível é um produto caro.

Grosseiramente, o PIB é a soma de tudo que é produzido em três grandes setores: indústria, agropecuária e serviços. No terceiro trimestre deste ano (comparando com o mesmo período do ano passado): a indústria apresentou um recuo de 3,7%, a agropecuária pernambucana registrou um incremento de 2,4%; e os serviços, de um modo geral, um acréscimo de 4,2% e isso é muito bom para a economia pernambucana porque este setor representa 75% do PIB estadual.

Em Pernambuco, a indústria de transformação - a que usa uma matéria-prima para transformá-la num bem, como um tecido ou um litro de gasolina - registrou uma queda de 12,1%. Dentro desta área, são pesquisados 14 setores, dos quais só quatro tiveram desempenho positivo: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores com uma alta de 45,5%; veículos automotores com um incremento de 19,9%; produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) com uma alta de 7,8% e celulose e produtos de papel com um crescimento de 2%.


Ainda entre os 14, a maior queda de 72,1% ficou com a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis. Também registraram desempenho negativo: produtos químicos (-20,1%), produtos alimentícios (-8,4%) e bebidas (-14,3%).

O desempenho da indústria só não foi pior, porque dois setores registraram alta que puxaram o setor como um todo. Um deles foi a construção civil que apresentou um incremento de 1,8% e é importante porque emprega muitas pessoas e o seu crescimento impacta outras áreas da economia, como quem produz pias, tintas etc. O outro foi a produção e distribuição de eletricidade, água, gás, esgoto e limpeza urbana com uma alta de 24,2%. Este aumento está relacionado com a produção de energia solar, eólica e das térmicas que estão trabalhando mais por causa da crise hídrica do Sudeste do País.

No terceiro trimestre deste ano, o setor de serviços registrou as seguintes altas nas áreas de: transporte, armazenamento e correio (26,7%), outros serviços com um acréscimo de 14,7% - que incluem os serviços domésticos -; atividades imobiliárias e aluguéis (2,0%) . Os setores que ficaram com desempenho negativos foram: administração, saúde e educação pública (-1,1%); comércio (-3,2%); intermediação financeira, seguros, previdência complementar (-3,5%). Para o leitor ter ideia, somente o comércio representa 13% do total do PIB pernambucano registrado de janeiro a setembro deste ano.

A performance positiva da agropecuária pernambucana, no terceiro trimestre de 2021, é o resultado da alta de 5,9% na pecuária, o que resultou numa maior produção de bovinos, ovos, leite e aves; no aumento de 5,9% nas lavouras temporárias como arroz, cana-de-açúcar, cebola, melão, tomate, abacaxi e batata doce e no crescimento de 1,9% na produção de café, banana, maracujá, manga, limão, uva e coco da baía.

 

 

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