A aprovação na Câmara do projeto BR do Mar, que estimula o transporte por cabotagem (entre portos brasileiros) foi recebido com boas expectativas pelo presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão. O texto ainda demanda sanção presidencial para entrar em vigor, mas na avaliação de Gusmão, junto com os investimentos para conclusão da Refinaria Abreu e Lima, anunciados pela Petrobras, tem o potencial de dobrar a movimentação de granéis líquidos no terminal pernambucano - que atualmente é líder no País neste segmento.
"Suape já é líder nacional de cabotagem. Isso acontece porque, através da Refinaria, movimentamos de 15 a 16 milhões de toneladas ano de granéis líquidos (combustíveis). Naturalmente somos um hub de distribuição de granéis líquidos", disse o presidente de porto pernambucano em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
O BR do Mar tira do setor amarras que impedem a ampliação da navegação entre portos nacionais. O texto prevê que progressivamente as empresas que atuam no Brasil possam fazer uso de navios estrangeiros na navegação de cabotagem, sem a obrigação de contratar a construção de embarcações em estaleiros brasileiros, o que encarecia e desestimulava a operação.
"Vai ajudar a consolidar Suape. Ainda com a ampliação da refinaria, a movimentação de granéis líquidos dobra e nos consolida na liderança de forma definitiva", observou Gusmão.
A perspectiva é de que com a nova legislação, haja uma complementaridade para atender a demanda que irá surgir quando concluído o segundo trem da Refinaria Abreu e Lima. No plano estratégico de investimentos estão previstos, até 2026, R$ 5 bilhões para elevar a produção da Rnest de 115 mil para 260 mil barris por dia (bpd) em 2027.
"Além disso, a lei incrementa a oferta e a qualidade do transporte de longa distância, temos um porto com pátio de veículos de 9 mil unidades fixas. Isso cria um mercado para fazer com que possamos nos estabelecer como um hub no Nordeste e no Brasil de importação e de própria movimentação hoje em longas distâncias com fábricas do Sul, utilizando a parte da cabotagem com fretes e condições melhores do que se tem hoje, para fazer exportação, como fazemos da Jeep e toda a parte de distribuição no Nordeste", diz o presidente de Suape.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a nova legislação pode reduzir custos de frete em até R$ 1,7 bilhão por ano, permitindo também o uso de recursos do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária, o Reporto, para obras, melhorias e reparos de embarcações e infraestrutura portuária.
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