Os dados revisados do mês de novembro de 2021 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam para um desempenho negativo de Pernambuco em relação ao saldo de postos de trabalho com carteira assinada no período entre os meses de novembro de 2020 e deste ano. Nos números divulgados nesta quinta-feira (23) pelo governo federal, mesmo com o avanço das flexibilizações, Pernambuco não conseguiu reverter o resultado negativo de saldos formais, acumulando no período uma queda de 18,6%. O resultado reflete o drama que o Estado vive mesmo antes do período pandêmico, sem conseguir gerar número suficiente de empregos e, ao gerar, sendo afetado pela informalidade. 

O resultado do Caged põe em evidência que Pernambuco está pior do que as demais grandes economias da região Nordeste, que têm mostrado mais fôlego na geração de postos de trabalho. No Ceará, embora tenha havido queda no mesmo período, esse percentual foi de -8,4%. Já na Bahia, houve crescimento,entre novembro de 2020 e novembro de 2021, numa variação de 32%. 

Em novembro de 2020, o saldo de admissões e demissões no Estado foi de 14.031 postos de carteira assinada. No mesmo mês deste ano, o resultado ficou em 11.414. O resultado do mês de novembro deste ano, mesmo que negativamente em relação ao de 2020, foi bom se considerado o histórico dos últimos meses. O saldo de 11.414 só ficou atrás dos meses de setembro (26.532) e agosto (17.416) de 2021 - resultados mais expressivos do ano. 

No acumulado deste ano, Pernambuco avançou 7,7%, registrando 478.925 admissões e 384.800  desligamentos. O saldo de janeiro a novembro de 2021 foi de 94.125. Especificamente no último mês de novembro, 44.889 admissões e 33.475 demissões. O saldo: 11.414. 

O saldo de postos formais nesse mês de novembro em Pernambuco foi puxado pelas do comércio e serviços, respectivamente com 6.060 e 6.547. O terceiro melhor resultado feio de informação, comunicação e atividades financeiras (3.022). Atividades administrativas aparecem em seguida (2.292). 

Pelo lado negativo, o baque maior veio da agricultura, pecuária e aquicultura, com redução de 2.229 postos. O período no Estado é marcado pelo fim da safra de cana-de-açúcar, desagregando mão de obra. A administração pública foi o único outro segmento a apresentar saldo negativo, com - 57 postos. 

Informalidade

Embora o Caged não mensure a informalidade no mercado de trabalho, os dados da Pnad Contínua, do IBGE, também descortinam uma situação preocupante em relação ao mercado de trabalho no Estado. A taxa de informalidade no Estado atingiu, no terceiro trimestre de 2021, 52,2% da população ocupada no Estado. Ou seja, a maioria dos que trabalham em Pernambuco são informais. 

No referido período de três meses, os trabalhadores sem carteira assinada aumentaram 11,3% no Estado , na comparação com o trimestre imediatamente anterior, totalizando 546 mil pessoas nessa situação. 

Brasil 

No País, no mesmo período comparativo, a redução do saldo foi de 13, 8%. Em novembro de 2020 estava em 376.265. No mesmo mês deste ano caiu para 324.112. No acumulado deste ano, o saldo de empregos formais no Brasil é de 2.992.898, com 19.136.617 admissões e 16.143.719 desligamentos.