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GASOLINA MAIS CARA: Bolsonaro já bate quase o dobro da alta no governo Dilma

Ex-presidente petista foi alvo de protestos por conta da alta da gasolina e crise econômica em seus mandatos

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Lucas Moraes

Publicado em 18/06/2022 às 0:38 | Atualizado em 18/06/2022 às 1:10
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Analisando puramente os números, sem compara os diferentes pesos da pandemia da covid-19 e a crise mundial dos combustíveis fósseis à crise econômica aguda que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) já apresenta quase o dobro da variação do preço da gasolina (de janeiro de 2019 a maio de 2022) do que em cinco anos e três meses das gestões da petista.

Com mais uma reajuste anunciado pela Petrobras, a partir deste sábado (18), o governo do presidente Jair Bolsonaro já acumula a maior variação para a gasolina entre as gestões do presidente Lula (segundo mandato); Dilma Rousseff (primeiro e segundo mandatos) e Michel Temer (mandato após impeachment) - períodos com dados disponíveis na ANP. 

Mesmo sem levar em conta o reajuste de 5,18% que entra em vigor agora (contabilizando dados entre os meses de janeiro e maio) o mandato do presidente Jair Bolsonaro já lida com uma variação de 73,5%, de acordo com dados compilados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). 

Em janeiro de 2019 (primeiro ano da gestão Bolsonaro) o preço da gasolina na distribuidora estava em R$ 3,76/ litro. Ao fim de maio de 2022, o preço do litro na distribuidora já alcançava os R$ 6,54, variando cerca de 73,5%. 

O preço na distribuidora não leva em conta a margem de lucro dos postos, tampouco a incidência dos impostos. 

A variação, no referido período, do governo Bolsonaro já é a maior desde 2007 - quando iniciado o segundo mandato do ex-presidente Lula. Na segunda gestão do petista, a variação foi perto dos 0,45% (considerando o mesmo número de meses avaliados no governo Bolsonaro). 

No período do segundo governo Lula, o preço da gasolina na distribuidora foi de R$ 2,19 para R$ 2,20 (em números arredondados). 

Já na gestão Dilma Rousseff houve uma variação de cerca de 17,80% no preço da gasolina na distribuidora, durante o primeiro mandato (de 2011 a 2014). No início daquele governo, o valor era de R$ 2,19. E chegou a R$ 2,58. 

No segundo mandato de Dilma (interrompido pelo impeachment) houve a maior variação: 21,75% em apenas um ano e três meses (ano de 2015 e de janeiro a maio de 2016). O que era R$ 2,62 no início daquele mandato passou para R$ 3,19. 

A petista foi alvo de duros protestos por conta da crise econômica instalada em seu governo, e até por tentar congelar artificialmente os preços dos combustíveis - impedindo junto à direito da Petrobras o repasse de aumentos à população. 

A ação, no entanto, deu errado. Não segurou os reajustes que no fim precisaram ser feitos e ajudou a trazer resultados negativos à Petrobras e à população.

Agora, embora ao grande público diga não interferir, mesmo provocando a demissão de presidentes da estatal, o presidente Jair Bolsonaro tem conseguido se manter distante do elo que liga o governo federal aos preços praticados pela Petrobras.

A crise do governo Dilma culminou no impeachment, quando Michel Temer assumiu. O então presidente implementou a nova Política de Paridade de Preços da Petrobras, metologia apontada como ferramenta que induz aos fortes aumentos.

Ainda assim, no período do governo (2016 a 2018), a variação do preço da gasolina na distribuição foi menor que na gestão Bolsonaro. Especificamente no período entre janeiro de 2017 e maio de 2018, a variação foi de cerca de 16,56% (indo de R$ 3,33 para R$ 3,88. 

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