ALIMENTAÇÃO

CHOCOLATE EM FALTA? Alta dos preços faz supermercados reporem menos o produto, mostra pesquisa

O Índice de Ruptura da Neogrid mostrou que a venda média de unidades do produto o menor volume em três anos (2020 a 2022)

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Katarina Moraes

Publicado em 22/06/2022 às 13:01
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Com informações da Estadão Conteúdo
Levantamento mostrou que a falta de barras de chocolate nas prateleiras atingiu o patamar de 20,3%, maior indisponibilidade desde maio de 2020, quando o índice atingiu 17,8%. Em abril, o indicador havia ficado em 11,1%. Os dados, do Índice de Ruptura da Neogrid, que considera os dados de cerca de 80% das maiores redes supermercadistas do Brasil, também apontaram que a venda da categoria de produtos "não essenciais" diminuiu.
 
O indicador mostrou que a venda média de unidades do produto o menor volume em três anos (2020 a 2022), repetindo o patamar de janeiro passado. Por questões contratuais, no entanto, a Neogrid não divulga números absolutos de estoque e venda.
O diretor de Sucesso do Cliente da Neogrid, Robson Munhoz, disse que com a inflação e o embate entre indústria e varejo para que o custo da produção não seja repassado aos itens, os varejistas vêm trabalhando com estoques cada vez menores e repondo menos os chamados produtos de indulgência, aqueles que os consumidores compram para se presentear.
 
"O supermercado abasteceu menos, a prateleira está menos reforçada, e, tirando o efeito Páscoa, quando a ruptura no mês seguinte ao evento de fato sobe um pouco, agora o que vimos é uma diminuição de estoque e de venda - o varejo comprou menos chocolate porque acreditou que venderia menos em virtude do aumento de preço e da dificuldade de dinheiro do consumidor no supermercado", afirma Munhoz.
 
E completa: "Com menor poder de compra e produtos mais caros, o consumidor não vai praticar indulgência consigo: vai comprar aquilo que é básico."
 
Em maio, a Horus - empresa de inteligência de mercado da Neogrid - constatou retração na incidência de chocolate nos cupons de compra em relação ao mês anterior.
 
Em abril, mês da Páscoa, o chocolate esteve presente em 14% dos carrinhos de compras, enquanto em maio essa proporção caiu para 9,5%, derrubando também o tíquete médio em 43% e o número médio de unidades de 2,7 para 2,1. Nos 12 meses entre junho de 2021 e maio de 2022, segundo a Horus, o preço médio do chocolate aumentou 22,7%. No ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%.
 
A ruptura geral das categorias em maio ficou em 11,5%, pouco acima dos 10,8% registrados em abril e também em março. Estoque e venda gerais praticamente não se alteraram em relação a abril - mês que registrou o menor estoque desde o começo da pandemia, em 2020.
 
"O estoque segue baixo, e o varejista continua se vendo obrigado a negociar com a indústria, que ainda tenta repassar o aumento de preço por conta do aumento de insumos", destaca o diretor da Neogrid. Com isso, afirma, "essa negociação vai ficando mais dura e acirrada e competitiva".

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