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Preços ainda sobem, mas consumo nos lares cresce

Entre janeiro e julho, houve crescimento 2,57%, na comparação com o mesmo período do ano passado

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 08/09/2022 às 20:15
Valter Campanato/Agência Brasil
Supermercado - FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil
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Com Estadão Conteúdo

O consumo nos lares brasileiros subiu 8,02% em julho de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021. Entre janeiro e julho, houve crescimento 2,57%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A projeção de crescimento anual do setor foi mantida em 3% a 3,3%. Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

PREÇOS

A cesta Abrasmercado, que monitora 35 produtos de largo consumo acumula alta de 11,1% no ano e fica em R$ 778,32. Em relação a junho, a alta foi de 0,63%.

Em julho, a variação de preços do Abrasmercado atingiu o menor patamar do ano, com alta de 0,63%. O indicador detectou a queda de preços em produtos básicos como óleo de soja, feijão, arroz, açúcar e nos itens da cesta de hortifrutigranjeiros, dentre eles batata, tomate, cebola.

Pelo segundo mês consecutivo, o óleo de soja apresentou retração. Na comparação com junho o preço caiu -2,41%. E, pela primeira vez, após seis meses de alta, o preço do feijão ficou -1,69% mais baixo.

O indicador apontou ainda a terceira queda no preço do açúcar, que em julho retraiu -0,60%. O arroz teve menor variação nos preços, de -0,11%, e acumula queda de -5,77% em 12 meses.

As maiores quedas nos preços vieram dos hortifrutigranjeiros que impactaram a cesta desde o início do ano por problemas climáticos, menor oferta nas regiões produtoras e altos custos dos fretes. Dentre eles, tomate (-23,68%), batata (-16,62%), cebola (-5,55%).

O preço das proteínas variou menos de 1% em julho. Os destaques foram carne traseiro (-0,83%) - quarta queda no ano -, ovo (+0,42%), pernil (+0,43%), frango congelado (+0,69%). Dos cortes bovinos analisados pelo Abrasmercado, a maior alta foi do dianteiro (+1,14%) depois de dois meses seguidos de retração.

Na contramão das quedas de preços, a cesta nacional foi fortemente pressionada pelos produtos lácteos. Em julho, quatro das cinco maiores altas foram puxadas por leite e derivados. O leite longa vida ficou 25,46% mais caro e os derivados cerca de +5%. Dentre eles, leite em pó (+5,36%), queijo muçarela (+5,28%), queijo prato (+5,18%).

Para o vice-presidente institucional, Marcio Milan, a tendência é de a alta de preços de alimentos desacelere.

Ele afirmou também que, com o Auxílio Brasil aumentado, o setor supermercadista espera alta no consumo, de maneira que encerre o ano com crescimento entre 3% e 3,3% ante 2021.

"Pacote de benefícios traz valor considerável na economia até dezembro", afirma Milan.

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