A redução do preço da gasolina, que no Recife, no mês de agosto, recuou 16,23%, de acordo com os dados divulgados nessa sexta-feira (9) pelo IBGE, na composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fez com que a capital pernambucana registrasse o menor índice inflacionário do País, na verdade deflação de -1,40%. Mas sem ainda um grande impacto nos preços vistos nos supermercados, o que mantém os resquícios da pressão inflacionária sobre os mais pobres.
Assim como ocorreu em julho, a queda acentuada na inflação do Grande Recife ocorreu, em boa parte, por conta da redução no preço dos combustíveis e da energia elétrica, porém o segmento de alimentação e bebidas seguiu avnaçando e fazendo com que as famílias menos abastados ainda sintam peso maior no bolso.
É verdade que o preço dos alimentos desaceleraram, já que no mês de julho o avanço tinha sido de 1,71% e, agora, no mês de agosto, ficou em 0,85%. Mas no ano a variação ainda está na casa dos 9% e, diferente do cenário no País, onde o preço do leite longa e do óleo de soja, por exemplo, apresentaram recuos, na capital pernambucana continuam a avançar.
Dos cinco produtos ou serviços com maior avanço no IPCA do mês passado, segundo o IBGE, todos foram do grupo de alimentos: melão (19,21%), o leite longa vida (13,25%), a cebola (10,75%), o mamão (9,77%) e a melancia (6,94%).
Por outro lado, houve queda de 16,23% no valor da gasolina, item com o maior impacto individual no IPCA, além da redução de 14,41% na energia elétrica. O que faz com que o impacto deflacionário ainda seja desigual entre toda a sociedade.
No acumulado do ano, a Região Metropolitana do Recife teve inflação de 3,94%, a sétima menor entre os locais pesquisados, abaixo da média nacional (4,39%). No acumulado dos últimos 12 meses, a RMR ficou na nona posição, com avanço de 8,43%, também inferior à média brasileira (8,73%).
No Grande Recife, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro apresentaram queda em agosto na comparação com o mês anterior: Transportes (-5,78%), Habitação (-4,63%), Comunicação (-2,08%) e Educação (0,01%), com índices próximos à estabilidade. No caso de Comunicação, a queda foi puxada pela redução do ICMS nos planos de telefonia, o que levou a uma redução de 10,82% nos preços do plano de telefonia fixa e de 5,16% nos planos de telefonia móvel.
Pelo lado das altas, Saúde e cuidados pessoais (1,39%) tiveram a maior alta do IPCA para agosto. Na sequência, estão Alimentação e bebidas (0,85%), Despesas pessoais (0,72%), Vestuário (0,66%) e Artigos de residência (0,47%).
Em todo o País, a deflação foi de -0,36% no referido mês. O resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos Transportes (-3,37%), que contribuíram com -0,72 ponto percentual (p.p.) no índice do mês.
Além disso, o grupo Comunicação (-1,10%) também recuou, com impacto de -0,06 p.p. No lado das altas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (1,31%), que contribuiu com 0,17 p.p. em agosto. Já Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a julho (1,30%), com impacto de 0,05 p.p
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