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CBA investe R$ 50 milhões em Itapissuma e vê crescimento da demanda por embalagens de alumínio como caminho para expansão

Fábrica comprada em 2020 tem capacidade instalada de 50 mil toneladas de alumínio por ano

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 27/10/2022 às 11:22
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FÁBRICA CBA EM ITAPISSUMA - FOTO: DIVULGAÇÃO
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A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim, única produtora de alumínio integrada no Brasil (desde a extração da bauxita até os produtos finais em alumínio), já investiu R$ 49,4 milhões na unidade de Itapissuma, no litoral norte de Pernambuco, entre fevereiro de 2020 – data da aquisição da planta – e junho deste ano.

A fábrica tem capacidade para produzir 50 mil toneladas por ano, entre folhas e chapas de alumínio, e poderá receber ainda mais investimentos de olho no abastecimento dos mercados internos e externos com as folhas de alumínio, usadas para confecção de embalagens.

Ao todo, 80 mil toneladas/ano da matéria prima (lingote de alumínio ou sucata) chegam à fábrica ao ano, que tem capacidade instalada de 50 mil toneladas. Em 12 meses, desse montante, pelo menos 30 mil toneladas saem da planta fabril como folhas de alumínio, que atendem o mercado de embalagens.

“O consumo de embalagens cresceu muito. Embalagens e bens de consumo são o nosso carro chefe”, explica o diretor do Negócio de Produtos Transformados da CBA, Fernando Varella. Quando se fala no uso da folha de alumínio para embalagens, inclui-se embalagens de remédios, revestimento de embalagens Tetrapack e marmitas, por exemplo. Nos bens de consumo, utensílios domésticos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos são algumas das referências.

“Queremos aumentar nossa participação no mercado brasileiro e continental, e esta planta é peça fundamental neste sentido. Temos como principais objetivos ser referência nas Américas no fornecimento de alumínio para embalagens e na América do Sul para os segmentos automotivo e de transportes", explica Varella. Além do Brasil, os principais mercados atendidos hoje são Argentina, Chile e Estados Unidos.

Passada a fase mais aguda da pandemia, a CBA, assim como outras fabricantes de alumínio, vem tentando equilibrar a flutuação de preço da tonelada do alumínio. Por ser fabricante da matéria prima e também indústria de transformação para fornecimento a outra cadeias de produção, a empresa diz ter conseguido acompanhar as flutuações de preço.

Nesse caso, o preço do alumínio primário (oriundo da extração e refino), vendido como matéria prima, vem sentindo uma realocação da demanda, que havia subido em virtude do desarranjo da pandemia; mas, por outro lado, os transformados, chapas e folhas que atendem à demanda de indústrias automobilísticas, construção civil, bens de consumo, energia e indústria de embalagens, por exemplo, têm garantido que a companhia não sofra tanto com as variações do mercado.

A Associação Brasileira de Alumínio (Abal) estima no País uma redução de 6% na demanda em 2022, resultado que reflete uma acomodação diante do pico visto em 2021, segundo a CBA.

Na fábrica de Itapissuma atualmente estão 616 colaboradores, dos quais 100 chegaram entre fevereiro de 2020 e setembro deste ano. A CBA realizou a integração da operação da Arconic Inc. na planta de Itapissuma após a conclusão da compra e transferência do controle, no valor de US$ 50 milhões, em fevereiro daquele ano.

Com a abertura de capital em 2021 (CBAV3), a CBA foi a primeira Companhia da indústria do alumínio a ter ações negociadas na B3, com receita líquida de R$ 8,4 bilhões em 2021 e R$ 1,5 bilhão de EBTDA ajustado no período.

 

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